Covid: apagão de dados completa 20 dias e Brasil tem média de 114 mortes
O Brasil registrou média de mortes por covid-19 de 114 casos nesta quinta-feira (30). O dado é do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.
O número total de mortes causadas pela doença no país é de 619.024. Até o momento, mais de 22,2 milhões de brasileiros já receberam o diagnóstico positivo para covid-19.
O apagão de dados causado por ataques hackers a sites e plataformas do Ministério da Saúde completou 20 dias nesta quinta. Por conta dele, desde 10 de dezembro, há falhas na divulgação dos dados relacionados à doença.
De acordo com o o Ministério da Saúde, o e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes em decorrência da covid-19, foi restabelecido no último dia 21. Ainda assim, alguns estados dizem estar enfrentando problemas.
A falta de dados precisos dificulta a análise dos cenário da covid-19 no país. Devido à situação, não é possível mensurar com exatidão o tamanho da queda que a média de mortes registrada hoje representa, ainda que se saiba que o país vive uma tendência de redução no número de mortes pela covid-19.
A média de mortes por dia é calculada a partir dos últimos sete dias. Essa é a melhor forma de analisar a evolução da pandemia, já que os registros de mortes costumam apresentar quedas artificiais em fins de semana e períodos de feriado.
Já nos primeiros dias úteis da semana, costuma haver uma alta também artificial, decorrente da introdução de dados represados no fim de semana.
Ao calcular a média, essas distorções são corrigidas, obtendo-se um cenário mais realista da pandemia.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
A comparação é feita em relação à situação de duas semanas antes. Considera-se queda quando a redução é igual ou maior a 15%; alta quando o aumento é igual ou maior que 15%.
No entanto, devido ao apagão de dados de covid, a variação não necessariamente espelha o que vem ocorrendo em cada estado.
Região Sudeste
- Espírito Santo: estabilidade (-6%)
- Minas Gerais: queda (-45%)
- Rio de Janeiro: alta (111%)
- São Paulo: queda (-54%)
Região Norte
- Acre: estabilidade (0%)
- Amazonas: alta (25%)
- Amapá: alta (600%)
- Pará: queda (-46%)
- Rondônia: estabilidade (-4%)
- Roraima: queda (-43% - Nota oficial: "O aumento exponencial no número de casos divulgados na data de hoje (30/12/2021), se deve ao retorno do acesso ao banco de dados (API) do eSUS Notifica/Ministério da Saúde, que estava inacessível desde o dia 10/12/2021, o que gerou um acúmulo de notificações nas três últimas semanas, sendo então, consolidado, atualizado e divulgado neste respectivo boletim".)
- Tocantins: estabilidade (0%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-89%)
- Bahia: estabilidade (-2%)
- Ceará: alta (36%)
- Maranhão: estabilidade (15%)
- Paraíba: alta (56%)
- Pernambuco: estabilidade (-6%)
- Piauí: queda (-27%)
- Rio Grande do Norte: queda (-41%)
- Sergipe: queda (-75%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-50%)
- Goiás: estabilidade (0%)
- Mato Grosso: estabilidade (13%)
- Mato Grosso do Sul: estabilidade (0%)
Região Sul
- Paraná: queda (-38%)
- Rio Grande do Sul: queda (-45%)
- Santa Catarina: estabilidade (9%)
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, g1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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