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Paraíba: Ao menos 60 crianças foram vacinadas indevidamente, diz secretário

A história veio à tona depois de uma mãe publicar nas redes sociais um vídeo do cartão de vacinas dos filhos com a informação de que eles foram vacinados contra o coronavírus no início de janeiro, 7 dias antes da chegada do lote exclusivo para crianças de 5 a 11 anos ao Estado. - Reprodução/redes sociais
A história veio à tona depois de uma mãe publicar nas redes sociais um vídeo do cartão de vacinas dos filhos com a informação de que eles foram vacinados contra o coronavírus no início de janeiro, 7 dias antes da chegada do lote exclusivo para crianças de 5 a 11 anos ao Estado. Imagem: Reprodução/redes sociais

Colaboração para o UOL, em Brasília

16/01/2022 12h36

O secretário de saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, informou hoje que ao menos 60 crianças de 4 a 9 anos foram vacinadas indevidamente com doses vencidas e para adultos numa zona rural do município de Lucena.

"A técnica em enfermagem responsável errou porque aplicou a vacina em um período extemporâneo. Foi em dezembro e a vacinação de crianças com as doses certas só começou mesmo neste sábado. Além disso, as vacinas que ela usou estavam vencidas", afirmou Medeiros em entrevista à CNN Brasil.

A história veio à tona depois da mãe de uma das crianças vacinadas indevidamente publicar em seus redes sociais um vídeo do cartão de vacinas dos filhos com a informação de que eles foram vacinados contra o coronavírus no início de janeiro, sete dias antes da chegada do lote exclusivo para crianças de 5 a 11 anos ao Estado.

O Ministério Público Federal apura se a aplicação indevida foi cometida deliberadamente. Amanhã, os investigados devem começar a ser ouvidos. Na terça, segundo Medeiros, o MPF e o governo paraibano devem visitar a cidade de Lucena, onde as vacinas para adultos foram administradas em crianças. O erro ocorreu numa UBS do município.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde monitoram o desenrolar do caso e só devem se manifestar oficialmente após a conclusão da investigação pelas partes competentes.

Vacina pediátrica é diferente

A vacina contra o coronavírus destinada a crianças não é igual à que tem sido desenvolvida para aplicação em adultos.

O imunizante aprovado há um mês para crianças de 5 a 11 anos apresenta diferenças na apresentação (o frasco da vacina para crianças vem em frascos na cor laranja para evitar confusão com as vacinas adultas —de embalagem azul), dosagem, composição e concentração de RNA mensageiro, o principal componente.

A dose pediátrica equivale a um terço da que é administrada em pessoas com 12 anos ou mais. A secretaria de Saúde da Paraíba informou que as crianças vacinadas apresentaram reações leves, como febre e dor no local da injeção.

As primeiras doses da vacina para esse público começaram a chegar aos Estados na sexta. O Ministério da Saúde liberou a vacinação de crianças de 5 a 11 anos em 6 de janeiro. O imunizante usado foi desenvolvido pela Pfizer, único autorizado pela Anvisa para essa faixa etária até o momento.