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Covid: Governo diz ao STF que tenta aproveitar vacinas perto do vencimento

O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Weudson Ribeiro

Colaboração para o UOL, em Brasília

29/06/2022 22h53

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, ao STF (Supremo Tribunal Federal), que o governo federal tem tomado providências para aproveitar ao máximo o estoque de 28 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 que podem ser perdidas até o fim de agosto caso os imunizantes não sejam aplicados até lá.

"O Governo Federal tem tomado todas as providências que lhe cabem no sentido de estimular a completude do ciclo vacinal pela população brasileira; bem como tem envidado esforços para estender ao máximo o prazo de validade dos imunizantes e, ainda, executado ações de cooperação humanitária internacional para assegurar o máximo aproveitamento das doses adquiridas", afirmou o advogado-geral da União, Bruno Bianco.

A manifestação ocorre dentro de uma ação protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que pede abertura de investigação da PF (Polícia Federal) a fim de apurar a conduta dos responsáveis pelas vacinas, no Ministério da Saúde.

Comprados a R$ 1,23 bilhão, os lotes se acumulam no momento em que a cobertura está estagnada e a campanha de vacinação perde fôlego no país. São ao menos 26 milhões de unidades da Astrazeneca e quase 2 milhões de doses da Pfizer que perdem a validade nos próximos dois meses (12 milhões e 16 milhões vencem, respectivamente, em julho e agosto).

Os dados, que são mantidos sob sigilo pelo Ministério da Saúde, foram levantados pelo TCU (Tribunal de Contas da União) em relatório obtido pelo UOL. Na representação, Randolfe pede que o STF determine ainda a transparência nos dados de vacinas pela pasta, inclusive de estoques e datas de validade.

O senador pede ainda a realização de ampla campanha de vacinação, considerada a baixa adesão à terceira dose, com vacinação em postos de grande fluxo (rodoviárias, estações de metrô, escolas etc); e a análise sobre a ampliação da aplicação da quarta dose para as demais faixas etárias, tendo em vista que ainda está limitada às pessoas acima de 40 anos.

Segundo o relatório do TCU, cada dose da vacina Astrazeneca custou R$ 41,83. No caso da Pfizer, o valor é de R$ 66,89. Os lotes que podem vencer somam R$ 1,09 bilhão e R$ 128,66 milhões, respectivamente. Os dois modelos de vacinas são apontados pelo próprio Ministério da Saúde como prioritários no reforço da imunização contra a covid-19.

O Ministério da Saúde enviou aos Estados 19,5 milhões de doses de vacinas da covid em abril e maio de 2022. O governo federal tem 83 milhões de doses estocadas atualmente segundo dados divulgados no site do ministério. O TCU afirma que de setembro até o fim deste ano mais 24,85 milhões de vacinas perdem validade.