Vida solitária pode significar morte mais rápida
Você gosta de ficar sozinho? Uma nova pesquisa da Universidade Brigham Young mostra o quanto a solidão e o isolamento social podem ser ruins para a saúde, mesmo para pessoas que preferem a companhia de si mesmas.
Os pesquisadores analisaram dados de 70 estudos e mais de 3,4 milhões de pessoas entre 1980 e 2014. Acompanhando as pessoas por quase sete anos, os estudos demonstraram que as pessoas isoladas socialmente, solitárias ou que moram sozinhas tinham uma chance quase 30% maior de morrer durante determinado período do estudo do que quem mantinha contato social regular. Notavelmente, o efeito era mais elevado para jovens do que para as pessoas com mais de 65 anos, segundo informa o periódico "Perspectives on Psychological Science".
Julianne Holt-Lunstad, principal autora, disse que o efeito da solidão e do isolamento social era um fator de risco tão grande quanto a obesidade e deveria ser levado a sério enquanto ameaça à saúde pública.
Os pesquisadores observaram que a solidão poderia assumir vários formatos. Algumas pessoas com redes sociais fortes ainda podem se sentir sozinhas, até mesmo quando cercada por pessoas que as amam. Outros escolhem o isolamento social e até mesmo o preferem.
Solidão ou morar sozinho parecia ser particularmente ruim para adultos de meia-idade, na comparação com idosos na mesma situação. Pode ser que as pessoas solitárias de meia-idade apresentem maior probabilidade de se envolver em comportamentos de risco e menor chance de buscar tratamento médico, enquanto os idosos podem prestar mais atenção à saúde. Ou pode ser que os idosos estejam sozinhos em função da morte do cônjuge e não tenham necessariamente vivenciado anos de isolamento social.
Os autores do estudo observaram que as nações ricas tinham os níveis mais elevados de indivíduos morando sozinhos e que o isolamento social chegaria a proporções endêmicas nas próximas duas décadas. "Embora morar sozinho possa oferecer conveniências e vantagens para um indivíduo, a saúde física não está entre eles", sustentam os autores.
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