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Marca tenta "recriar" a suástica em linha de roupas. Mas a resposta não foi nada boa

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Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

08/08/2017 10h24

Mais um candidato para a lista de grandes péssimas ideias de 2017: um estúdio de design norte-americano que decidiu tentar "resgatar" as suásticas, ligadas historicamente ao nazismo, vendendo versões coloridas do símbolo, teve de tirar todos os seus produtos do mercado nesta segunda (7), depois de semanas de reações negativas. As informações são do Washington Post.

A KA Design começou sua campanha pela "Nova Suástica" em um vídeo, lançado no Facebook, em 12 de julho. Nele, o estúdio retomava a história do símbolo, mostrando que por milhares de anos, ele foi usado por diversas culturas para simbolizar paz, amor, sorte, infinitude e vida, "mas um dia, nazismo".

É aí que a campanha mostra a que veio. Numa sequência de frases sem letra inicial maiúscula, a agência afirma que "eles [nazistas] estigmatizaram a suástica para sempre"; "eles venceram"; "eles limitaram nossa liberdade"; "ou será que não? A suástica está voltando... apresentando a nova suástica".

Surgiam, então, imagens de diversas suásticas sobre um fundo de arco-íris, seguidas das palavras "paz", "amor" e "zen".

"Vista a liberdade", declarava o vídeo, concluindo com o lema do estúdio de design, "Questionando Barreiras". Claro que não demorou para uma chuva de críticas começar a cair nos comentários.

Enquanto algumas pessoas pensavam se tratar de uma piada, outras demonstravam revolta, chamando a campanha de "nojenta" e "ignorante".

"Não há 'nova suástica e sua incapacidade de entender isso de forma ética e culturalmente sensível é totalmente perturbadora", afirmou um usuário. “Tentar resignificar a suástica para ser moderno é um insulto a todas as pessoas que perderam suas vidas na guerra", escreveu outro.

A "Nova Suástica" também chamou a atenção da Liga Antidifamação, ONG judaica que combate o antissemitismo internacionalmente. "Moda não pode reclamar esse símbolo do ódio", escreveu a organização, no Twitter.

Embora não tenha formalizado uma resposta direta à liga, a KA Design lançou um comunicado oficial, também nesta segunda, admitindo o fracasso da campanha. "Ódio e Nazismo ganharam. Despertamos o pior nas pessoas. Acreditamos num mundo de perdão infinito. Perdoamos a todos. Esperamos ser perdoados", escreveu a marca.

Contatada pelo Washington Post, semanas antes do cancelamento da campanha, a KA Design preferiu não apontar quem estaria por trás da iniciativa, ou no que ela foi baseada. À época, camisetas estavam disponíveis para venda em um site chamado Teespring.com, com versões com a suástica e a palavra "paz" custando de US$ 21.99 a US$ 26.99.

No mesmo período, em entrevista à revista Dazed and Confused, um representante da KA Design saiu em defesa da ideia, afirmando que "nós realmente gostamos do símbolo e sua estética e amaríamos compartilhar a beleza desse símbolo desligara do ódio associado a ele".

Ainda na publicação, o representante afirmou a intenção da marca em expandir a campanha com suásticas, considerada uma enorme bagunça pela Dazed and Confused, que ainda chamou a ideia de "igualmente grave e mal executada".

Em post, a marca anunciou sua "desistência":

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