Aumentar a segurança melhora o sinal do Wi-Fi? Veja mitos e verdades

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Apesar de o uso do Wi-Fi ter se tornado um dos principais caminhos de acesso dos brasileiros à internet --que ganhou ainda mais força com o corte da conexão adotado pelas operadoras de telefonia móvel ao fim das franquias--, há ainda alguns mitos e dúvidas sobre a segurança e também o aumento do alcance do sinal dessa rede. Incluir uma senha de acesso é suficiente para se prevenir do ataque de hackers? Será que trocar a antena do roteador aumenta a potência da conexão? E o truque da lata de alumínio: funciona mesmo? Tire suas dúvidas
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MITO: Ainda que as senhas sejam praticamente obrigatórias, o elemento não é uma garantia de proteção contra hackers, segundo Leandro Werder, diretor de engenharia de sistemas da empresa de segurança de rede Fortinet. Existem programas que quebram os códigos, independente do nível de segurança implementada. Ainda assim, o especialista recomenda que os usuários optem sempre por senhas do padrão WPA2, que "priorizam algoritmos mais complexos". A opção está disponível nas configurações do roteador. A recomendação é evitar senhas muito lógicas, não manter as identificações padrões já estabelecidas pelas operadoras/fabricantes e trocar periodicamente esses códigos de acesso
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MITO: Apesar de a proteção da rede evitar o roubo de sua banda larga e, consequentemente, melhorar a qualidade da internet, a segurança não tem nenhuma influência no sinal do seu Wi-Fi. Como explica Rodrigo Paiva, gerente de produto da D-Link (fabricante de roteadores), ao ativar pacotes de segurança no aparelho a tendência é que as operações fiquem inclusive mais pesadas e mais lentas do que as convencionais, já que passam por um sistema de criptografia. "A depender da capacidade do roteador, a lentidão é imperceptível. Mas, mesmo que afete um pouco o desempenho, a medida é fundamental"
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MITO: Roteadores não perdem potência de transmissão com o passar do tempo. A recomendação, no entanto, é avaliar se a capacidade do roteador está adequada ao seu perfil de uso. "Atualmente, a maioria dos aparelhos tem capacidade de 150 Mbps (megabits), um padrão que era considerável aceitável há cinco anos. Com o aumento da conectividade, esse limite tem sido insuficiente e pode limitar a experiência dos usuários", relata Paiva, que aponta a existência de roteadores mais potentes que variam de 750 Mbps a 1.750 Mbps. "Vale lembrar que quanto maior a capacidade mais ágil é a navegação"
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MITO: Os roteadores estão conectados a dois tipos de frequência: 2,4 GHz e 5 GHz. "Atualmente, 99% dos aparelhos disponíveis estão conectados na primeira frequência, que apesar de permitir maior alcance, sofre mais interferência", afirma o gerente de produto da D-Link. Em contrapartida, segundo ele, os aparelhos de 5 GHz tem menor alcance, mas o sinal acaba sendo bem mais limpo. A questão é que para ter uma rede Wi-Fi nessa frequência é preciso que os dispositivos que venham a fazer a conexão sejam adaptados a essa tecnologia. Caso contrário, será preciso recorrer a um adaptador para conseguir ter acesso à rede
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PARCIALMENTE VERDADE: Ao configurar o seu Wi-Fi, é possível ocultar o chamado SSID --que nada mais é do que a identificação da rede. Ou seja, ao fazer a conexão, além de informar a senha, será preciso também incluir manualmente o nome dessa rede. A medida pode até ser um dificultador para o acesso de amadores, mas não para os hackers. "É como se eu saísse de casa e apenas encostasse a porta. Aparentemente, ela está fechada e até pode enganar uns e outros, mas não é seguro", afirma Werder
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PARCIALMENTE VERDADE: Outro mecanismo que aumenta o potencial de segurança, apesar de não ser nenhuma garantia, é a restrição do acesso da rede Wi-Fi a determinados dispositivos com o registro do chamado endereço MAC --código de identificação único para cada smartphone, notebook, computador e tablet. "A princípio, apenas aparelhos previamente autorizados tem acesso à rede", relata Rodrigo Filev, professor de ciência da computação da FEI (Fundação Educacional Inaciana). Ele, no entanto, reconhece que hackers conseguem facilmente burlar esse quesito de segurança
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PARCIALMENTE VERDADE: A lentidão é um ponto a ser considerado em relação ao roubo da rede, mas não uma comprovação, aponta o professor Rodrigo Filev. "Se notificou uma lentidão não habitual, o primeiro passo é certificar-se de que ninguém esteja acessando seu Wi-Fi sem autorização". Ele sugere o uso de aplicativos que identificam os endereços dos dispositivos que acessaram a rede, bem como analisar se o roteador continua "operando" (sinal de conexão piscante) mesmo quando nenhum dos dispositivos de sua casa estiverem conectados. Vale lembrar, no entanto, que a lentidão também pode ser ocasionada por outros fatores, tais como interferências e congestionamento de rede
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PARCIALMENTE VERDADE: Pode até parecer piada, mas essa solução caseira de usar uma lata de alumínio próxima à antena do roteador pode melhorar o sinal da rede com a potencialização de seu alcance. É o que afirma Paiva, que acrescenta que a melhora não é garantida, tampouco significativa. Há casos, inclusive, que ao invés de potencializar o sinal, a medida pode acabar prejudicando. Como solução para melhorar o sinal, o gerente de produto da D-Link recomenda o uso de Wi-Fi de duas bandas (que trabalham nas frequências de 2,4 GHz e 5 GHz), bem como os repetidores de sinal que aumentam o alcance da rede
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PARCIALMENTE VERDADE: A medida, segundo Wilson Cardoso, diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia Networks, pode aumentar o alcance da transmissão e melhorar o sinal. "Imagine uma avenida com duas pistas e outra com quatro. O fluxo de passagem é maior naquela com maior espaço, não? É o mesmo princípio da antena", explica ele. Não significa, no entanto, que qualquer antena pode assumir essa função. É preciso que seja adaptável ao roteador. Caso contrário, não terá nenhuma utilidade e, ao invés de ajudar, vai acabar prejudicando o sinal". Vale lembrar ainda que a localização do equipamento continua sendo o maior influenciador do resultado final. Ou seja, não adianta aumentar o alcance, se você não eliminou os obstáculos que impedem que o sinal do seu Wi-Fi se propague pelos cômodos
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VERDADE: A vulnerabilidade do Wi-Fi é bem maior do que as redes 3G, 4G e/ou 5G, que são fornecidas pelas empresas de telecomunicações, de acordo com Werder. O diretor da Fortinet afirma que a falta de proteção da conexão Wi-Fi é favorecida pela desinformação dos usuários. Há redes abertas que podem ser usadas como isca por hackers que tentam ter acesso a algum tipo de informação. "Não saia acessando qualquer rede. E mesmo que conheça a procedência da conexão a segurança não é garantida, já que tudo depende de como foi configurada a proteção --algo que a maioria das pessoas não sabe", afirma. Ele recomenda desabilitar do dispositivo conectado a função de compartilhamento de arquivos, evitar atividades críticas --como o acesso a site de bancos--, e recorrer a antivírus
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VERDADE: Como explica o gerente de produto da D-Link (fabricante de roteadores), os micro-ondas operam na mesma frequência (2,5 GHz) que a maioria dos roteadores, portanto, podem perturbar as conexões. Ou seja, não é raro que o sinal caia quando estes fornos são ligados. Os usuários que optam por roteadores com a frequência de 5 GHz não sofrem com essa interferência
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VERDADE: Assim como os micro-ondas, qualquer outro aparelho eletrônico --tais como telefone sem fio, babá-eletrônica-- que opere na frequência de 2,5 GHz pode causar interferência nas conexões Wi-Fi ligados à mesma faixa. A solução é evitar comprar eletrônicos que operem na frequência de 2,5 GHz ou mesmo recorrer ao Wi-Fi de 5 GHz
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VERDADE: Quanto mais pessoas conectadas à rede e mais atividades desempenhadas mais lenta a conexão. Isso porque, segundo o diretor de tecnologia para a América Latina da Nokia Networks, os roteadores têm capacidade de rodar um número de Mbps específico -- 150 Mbps, 750 Mbps, 1.200 Mbps e 1.750 Mbps--, que acabam sendo compartilhado pelas pessoas conectadas ou mesmo pelas mais diversas atividades desempenhadas simultaneamente. "Esse é um recurso que é melhor utilizado quando não compartilhado. Tem que ser guloso, não compartilhar a conexão com ninguém", afirma Cardoso
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VERDADE: A qualidade do sinal está diretamente relacionada ao local em que o roteador é instalado. "Quanto menos interferência --paredes e portas-- entre a rede e o dispositivo, melhor o sinal", relata Cardoso, que diz ser importante que o Wi-Fi também fique o mais perto possível do modem para que não se perca a transmissão da banda larga. É importante que o aparelho seja alocado no meio da sua área de trabalho, em um local aberto, mais alto, com boa ventilação e com o menor número possível de obstáculos. Isso vai aumentar o alcance do sinal, além de torná-lo mais uniforme
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VERDADE: A interferência de outros roteadores na redondeza é provocada caso estejam conectados no mesmo canal do seu. A vantagem é que os aparelhos, geralmente, possuem diferenças opções de canais, que podem ser alteradas na configuração do aparelho. Para descobrir o canal mais indicado, use um dos testes do SIMET (Sistema de Medição de Tráfego da Internet), que sugere a melhor frequência ao analisar as faixas dos dispositivos usados nas proximidades
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VERDADE: Os repetidores de sinal são capazes de captar a onda emitida pelo roteador --geralmente a partir da eletricidade-- e espalhá-la para os outros cômodos da casa. O recurso favorece o alcance de sinal principalmente em ambientes grandes e com muitos obstáculos
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VERDADE: Escolher o canal menos utilizado por seus vizinhos pode evitar interferências e até melhorar o sinal da sua conexão. Para descobrir o canal mais indicado para o seu roteador, use um dos testes do SIMET (Sistema de Medição de Tráfego da Internet), que sugere a melhor frequência ao analisar as faixas dos dispositivos usados nas proximidades
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VERDADE: Filev recomenda a priorização dos tipos de serviços como uma medida para a melhora do desempenho da rede Wi-Fi. Segundo o professor de ciência da computação da FEI, os roteadores, geralmente, disponibilizam a opção "qualidade de serviço", em que o usuário pode escolher que a conexão dê prioridade aos vídeos, às mensagens ou ao serviço que usa com mais frequência