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O que é o 'swatting', pegadinha do mundo dos games que pode ter consequências letais

"Brincadeira" envia trotes para a polícia, levando agentes de verdade a atenderem ocorrências sobre ameaças e crimes - Getty Images
'Brincadeira' envia trotes para a polícia, levando agentes de verdade a atenderem ocorrências sobre ameaças e crimes Imagem: Getty Images

03/04/2019 15h12

Prática popularizada por 'gamers' envolve chamar forças policiais especiais de verdade para lidar com ameaças que não existem - e acaba de levar um homem nos Estados Unidos a ser condenado a 20 anos de prisão.

Imagine que você está tranquilamente em casa, jantando com sua família e, de repente, alguém bate na porta. Quando você abre, dá de cara com uma equipe da SWAT, unidade de polícia altamente especializada das forças de segurança americanas.

Você acaba de ser vítima do swatting, uma "pegadinha" popular entre jogadores de videogame e youtubers.

Mas, para as autoridades, não se trata de um jogo.

Essa brincadeira, na verdade, já teve até uma consequência fatal.

O que é o 'swatting'?

O swatting recebeu esse nome em alusão às unidades policiais de armas e táticas especiais (SWAT) nos Estados Unidos.

Na prática, ele envolve basicamente fazer uma ligação para a polícia ou outros serviços de emergência, dando um aviso falso de um incidente grave.

Os trotes costumam relatar situações falsas com reféns, alguém que tenha uma bomba ou outro crime grave.

Geralmente, eles são feitos por jogadores que competem entre si na internet, e querem importunar outro alvo em casa ou em outro endereço em que esteja.

Depois do alerta, uma equipe de policiais altamente qualificados invade a casa da vítima da piada, em busca de uma ameaça inexistente.

Para o FBI, trata-se de um jogo que põe em risco as vítimas, a polícia e também a comunidade, já que afasta os serviços de emergência dos incidentes reais.

Uma morte

O swatting não é novo: o FBI já havia lançado um alerta a respeito em 2008.

Esta semana, porém, ele voltou aos holofotes com a sentença a 20 anos de prisão para um homem da Califórnia por um caso envolvendo trote.

Tyler Barriss, morador de Los Angeles, fez uma ligação para a polícia em 2017, alertando que havia atirado em seu pai e que mantinha o resto da família como refém.

Ele fez a chamada após se envolver em uma disputa com outros jogadores que participavam de uma partida online do popular jogo de videogame Call of Duty.

O endereço que deu na ligação não correspondia, porém, ao de nenhum deles.

Era, na verdade, um endereço no Kansas, levando a polícia à casa de Andrew Finch, de 28 anos, que não tinha nada a ver com a disputa entre os jogadores.

Finch acabou morto por um policial ao descumprir a ordem de manter as mãos para cima - em vez disso, segundo a polícia, ele as moveu até a cintura.

O policial que atirou foi absolvido no início de 2018.

Barriss também se declarou culpado de ter feito outros trotes, incluindo um em que dizia haver ameaça de bomba na sede do FBI.

"Espero que esta acusação e essa longa sentença enviem uma mensagem forte que ponha fim à prática irresponsável do swatting da comunidade de jogadores, assim como em qualquer outro contexto", disse o promotor do Kansas, Stephen McAllister, em um comunicado.

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