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Cientista fica bilionário ao criar mini ultrassom que conecta em iPhone

Butterfly IQ: ultrassom portátil que conecta ao iPhone  - Divulgação
Butterfly IQ: ultrassom portátil que conecta ao iPhone Imagem: Divulgação

Kristen V. Brown

21/10/2018 03h00

A Butterfly Network, fabricante americana de um aparelho portátil de ultrassom que se conecta ao iPhone, levantou US$ 250 milhões em uma nova rodada de financiamento e agora tem valor de mercado de US$ 1,25 bilhão, de acordo com uma pessoa a par do assunto.

A empresa de imagens clínicas começou em outubro a vender seu primeiro produto, chamado iQ, por US$ 2.000 — bem menos do que as máquinas de ultrassom convencionais, o que pode tornar o serviço bem mais acessível.

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A Butterfly Network informou que captou US$ 250 milhões em uma operação de Série D liderada pela Fidelity Management and Research, com participação da Fundação Gates, da Fosun Pharma e do fundador da York Capital Management, Jamie Dinan.

Segundo a fonte, que pediu anonimato porque a informação sobre o valor total tem caráter privado, o investimento faz da Butterfly, sediada em Guilford, Connecticut, outro unicórnio — ou seja, empresa com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão — no setor de saúde.

"Estamos no começo de uma nova era em imagens clínicas e no setor de saúde de modo geral", disse um executivo da Butterfly, Gioel Molinari.

O presidente da companhia, Jonathan Rothberg, fez carreira produzindo miniaturas de equipamentos médicos que custam milhões de dólares.

O cientista-empreendedor ficou famoso quando criou um sequenciador de DNA do tamanho de uma impressora doméstica que custa US$ 50.000.

Mais recentemente, Rothberg se debruçou sobre o ultrassom. As máquinas convencionais são transportadas de um lugar para outro em carrinhos e custam entre US$ 20.000 e US$ 75.000, podendo chegar a US$ 100.000.

Já o iQ se conecta a um smartphone, pesa 313 gramas e dispensa o uso de acessórios diversos para examinar partes diferentes do corpo.

O aparelho foi aprovado no ano passado pelo órgão do governo americano responsável por alimentos e medicamentos (FDA).

"Isso coloca a imagem diagnóstica imediata ao lado do leito do paciente, ampliando o exame físico e melhorando a precisão diagnóstica", disse Torben Becker, professor-assistente de medicina de emergência na Universidade da Flórida, que estuda esses equipamentos.

"Aparelhos de ultrassom portáteis existem há algum tempo, comprovadamente funcionam e podem melhorar o atendimento ao paciente. O iQ, da Butterfly, disponibiliza isso a um custo menor."

Os aparelhos tradicionais de ultrassom usam cristais piezoelétricos para gerar ondas sonoras que então criam imagens do interior do corpo. A Butterfly substituiu esses cristais por um chip de silício, que também permite que um único sensor execute as funções de diversos acessórios.

John Martin, diretor médico da Butterfly, lembra da época em que percorria o hospital em busca de um aparelho de ultrassom para examinar pacientes. Ele espera que o iQ solucione esse problema.

"O quanto antes o médico tiver em mãos um sistema de imagem diagnóstica para ajudar na decisão clínica, mais rápido o tratamento começa", ele disse. "Todo mundo entende isso. Agora terei um ultrassom no bolso."

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