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Negócios de propaganda de Facebook e Google vão de vento em popa

Apesar de polêmicas com privacidade, Google e Facebook estão bem saudáveis financeiramente - Chesnot/Getty Images
Apesar de polêmicas com privacidade, Google e Facebook estão bem saudáveis financeiramente Imagem: Chesnot/Getty Images

Gerrit De Vynck

29/01/2019 16h41

As preocupações com a privacidade e a regulamentação não estão prejudicando o Facebook e o Google onde realmente importa — seus negócios de propaganda, que rendem bilhões de dólares.

Os gigantes da internet se preparam para informar os resultados do quarto trimestre e a maioria dos analistas do setor diz que os crescentes gastos do consumidor e a contínua transição das lojas tradicionais para o comércio online farão com que a publicidade digital continue crescendo. Os investidores anseiam por isso depois de um ano de manchetes prejudiciais, audiências no Congresso dos EUA e uma dolorosa queda das ações.

As grandes questões políticas e sociais que envolvem as empresas de tecnologia não vão desaparecer. Mas os anunciantes, dos gigantes do setor de bens de consumo às pequenas empresas familiares, ainda veem o Google e o Facebook como ferramentas essenciais para chegar aos clientes.

"O Facebook foi, sem dúvida, quem mais sofreu com as repercussões", disse Andy Taylor, diretor associado de pesquisa da agência de publicidade on-line Merkle. "Mas nós realmente não vimos uma mudança na atitude dos anunciantes em relação à plataforma."

O Instagram, que pertence ao Facebook, está se saindo particularmente bem. No quarto trimestre, os dólares de anúncios no Instagram aumentaram 120 por cento em relação ao mesmo período de 2017, segundo a Kenshoo, que coordena os gastos com marketing digital de outras empresas.

"Nossos anunciantes que estão no Instagram mais do que dobraram o gasto em relação ao ano anterior", disse Taylor, da Merkle. "O Instagram pode sustentar o crescimento do Facebook por um bom tempo."

Analistas de ações estimam que o Facebook e o Google divulgarão uma receita recorde no quarto trimestre, que engloba a temporada de fim de ano e dois dias prósperos para o comércio eletrônico, Black Friday e Cyber Monday. Mais da metade dos recursos investidos em marketing nos EUA no ano passado foi para anúncios digitais, que o Google e o Facebook continuam dominando, disse Eric Sheridan, analista do UBS, em uma nota recente.

O Facebook, que vai divulgar seus resultados na quarta-feira, registrará um aumento de 26 por cento nas vendas, para US$ 16,39 bilhões. A Alphabet, companhia controladora do Google, divulgará seus resultados em 4 de fevereiro e sua receita deve aumentar em 21 por cento, para US$ 31,29 bilhões, de acordo com dados estimados dos analistas, compilados pela Bloomberg.

"De modo geral, a força econômica global está produzindo uma demanda muito sólida em todas as principais plataformas de anúncios digitais", disse Sheridan.

Outro vencedor será a Amazon, que entrou no campo da publicidade digital muito depois do Facebook e do Google, mas cresceu rapidamente nos últimos dois anos. A Amazon informará os resultados na quinta-feira. A receita do quarto trimestre deverá ser de US$ 71,93 bilhões, 19% a mais que no ano anterior.