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Vingança? China confirma detenção de 3º cidadão canadense após caso Huawei

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Imagem: Reprodução

De Pequim

20/12/2018 08h28

As autoridades da China confirmaram nesta quinta-feira a detenção de uma mulher canadense, o terceiro cidadão dessa nacionalidade detido em território chinês desde que o Canadá prendeu a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.

Durante a entrevista coletiva diária do Ministério das Relações Exteriores da China, sua porta-voz Hua Chunying indicou que uma cidadã canadense tinha sido "sancionada de maneira administrativa" por "trabalhar ilegalmente" no país asiático.

"Foi sancionada de forma administrativa pelas autoridades chinesas competentes por trabalho ilegal", disse Hua, que acrescentou: "Sanção administrativa quer dizer que é distinto dos casos anteriores".

"Acredito que (este caso) é distinto", reforçou a porta-voz governamental, que argumentou que nos casos de Michael Kovrig e Michael Spavor tratava-se de "atividades que punham em perigo a segurança nacional da China".

Perguntada se a detenção da canadense se deveu a um problema com seu visto, a porta-voz da chancelaria chinesa alegou "não ter conhecimento da situação particular" da mulher.

Embora as autoridades chinesas tenham evitado revelar a identidade da pessoa detida, a imprensa canadense assegurara que se trata de Sarah McIver, que trabalhava como professora na China, e que sua detenção se deve a problemas com seu visto de estadia no país.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, afirmou durante uma entrevista coletiva que o caso "parecia" ser diferente dos outros dois detidos anteriormente e não parece ter relação com a segurança nacional chinesa.

Os meios de comunicação canadenses informaram que Ottawa estaria realizando gestões para conseguir o regresso de McIver o mais rápido possível.

Trudeau defendeu ainda que as autoridades canadenses não tenham criticado de forma pública a China apesar da detenção de seus cidadãos em aparente represália pela detenção de uma alta executiva chinesa, para evitar agravar assim sua situação no país asiático.

"Às vezes, politizar ou amplificar o nível de discurso público pode ser satisfatório no curto prazo, mas não contribuirá para o resultado que todos queremos, que é que os canadenses tenham segurança", explicou o governante.

Canadá e China estão enredados em um conflito diplomático desde a detenção de Meng, que aconteceu no último dia 1º de dezembro durante uma escala no aeroporto de Vancouver.

Meng foi detida a pedido dos EUA, que quer solicitar sua extradição por uma acusação de fraude por violar as sanções impostas ao Irã.