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Conselho do Google é acusado de encobrir denúncias de assédio sexual

Andy Rubin, criador do Android e suspeito de denúncia de conduta sexual inadequada no período em que trabalhou no Google - Divulgação
Andy Rubin, criador do Android e suspeito de denúncia de conduta sexual inadequada no período em que trabalhou no Google Imagem: Divulgação

Da EFE, em Washington

11/01/2019 09h53

Um processo apresentado na quinta-feira em um tribunal de San Francisco, na Califórnia (Estados Unidos) acusa o conselho de administração do grupo matriz do Google, Alphabet, de ter encoberto denúncias por assédio sexual contra dois dos seus altos executivos em 2014 e 2016.

Segundo a defesa, a ação é fruto do resultado de uma "extensa investigação", onde mostra que o conselho da Alphabet descumpriu seu dever fiduciário, cometeu abuso de controle, enriqueceu ilegalmente e desperdiçou ativos corporativos.

"A conduta ilegal dos diretores permitiu que os comportamentos sexuais impróprios proliferassem e continuassem. Os membros do conselho da Alphabet sabiam e facilitavam diretamente o assédio e a discriminação sexual", indica o processo.

De acordo com o texto, o Google permitiu que executivos homens, de "alto nível, responsáveis de gerar milhões de dólares em receita" que se envolvessem em condutas sexuais inapropriadas.

O processo acontece meses depois que o jornal "New York Times" ter revelado que o Google protegeu o criador do Android, Andy Rubin, após uma denúncia de conduta sexual inadequada, considerada "crível" em uma investigação interna, e compensou sua saída da empresa, em 2014, com US$ 90 milhões.

A partir de documentos corporativos e judiciais, e entrevistas com mais de 30 executivos e funcionários atuais ou anteriores da empresa, o jornal publicou que Rubin foi um dos "três executivos que Google protegeu na última década depois que fossem acusados de conduta sexual inadequada".

Ainda de acordo com o que foi revelado pelo jornal nova-iorquino, em 2014 o atual executivo-chefe da Alphabet - matriz do Google -, Larry Page, pediu a renúncia de Rubin por considerar "críveis" as informações de que teria forçado um funcionário praticar sexo oral com ele em um hotel.

Após o alvoroço causado pela publicação do "NYT", o CEO da Google, Sundar Pichai, disse que a empresa demitiu 48 pessoas por má conduta sexual nos últimos dois anos.

Funcionários do Google em todo o mundo protestaram em novembro contra os escândalos sexuais que surgiram naquele período e exigiram que essa cultura de trabalho "acabasse".