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Um mundo invisível: você sabe o que é a famosa "Deep Web"?

Há muitos lugares na internet que nem o Google pode - ou deve - saber onde estão - Reprodução/Brand Power
Há muitos lugares na internet que nem o Google pode - ou deve - saber onde estão Imagem: Reprodução/Brand Power

Do Gamehall, em São Paulo

12/11/2017 04h00

A internet é um lugar vasto. Tão vasto que, até onde se sabe, é impossível medir e catalogar sua extensão total.

Mecanismos de busca como o Google, Yahoo!, Bing e outros são capazes de localizar e registrar milhões e milhões de páginas diferentes, mas isto é, como definiu o pesquisador Denis Shestakov, apenas a "ponta do iceberg" da verdadeira extensão da internet.

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A parte "invisível", que julga-se ser centenas de vezes maior do que a normal, é conhecida como a "Deep Web".

A Deep Web é todo e qualquer site que não seja indexado por sites de busca. Para dar um contexto maior, quando você procura algo no Google você na verdade está vasculhando um catálogo com sites encontrados e registrados por programas especiais.

Mas estes programas tem limites, e há páginas e sites que não podem - ou devem - ser encontradas. Contas bancárias, redes privadas, catálogos de estudos científicos, vídeos "on demand"... tudo isso não pode ser acessado diretamente por estes serviços de busca, e portanto acabam fazendo parte da Deep Web.

Stranger Things - Reprodução - Reprodução
O que, tecnicamente, significa que "Stranger Things" é parte da Deep Web
Imagem: Reprodução

Por isso, todos os dias basicamente todo mundo acessa um cantinho próprio da Deep Web, essencialmente inacessível para todas as outras pessoas.

Agora você pode estar se perguntando: "Mas a Deep Web não é o lugar com os sites ilegais com pornografia infantil, tráfico de drogas, assassinos de aluguel, terroristas e outras histórias bizarras e sinistras?"

Bom, sim e não. Há um lugar específico da Deep Web onde este tipo de coisa realmente acontece, uma pequena área secreta entre páginas secretas: a chamada Dark Web, ou Darknet.

Esta é um extensão da Deep Web que só pode ser acessadas por meio de softwares específicos, como o TOR Browser.

TOR vem de "The Onion Router" (ou, traduzindo literalmente, "Roteador de Cebola"), e permite acesso anônimo a estes sites privados encriptando a conexão por meio de vários servidores intermediários, que tornam quase impossível saber o IP ou geolocalização do usuário.

O sistema surgiu em 2002 graças ao Laboratório de Pesquisa Naval dos Estados Unidos como forma de se comunicar online de forma anônima. Logo, porém, a Dark Web começou a ser usada como uma espécie de mercado negro para produtos ou serviços ilegais.

É por meio da Dark Web que funcionam várias redes de contrabando de pornografia infantil, armas, drogas, além de células terroristas, entre outros. Para garantir que estas transições não sejam facilmente rastreáveis - seria meio estranho pagar por coisas assim com seu cartão de crédito -, os usuários utilizam criptomoedas, como o BitCoin.

Silk Road - Reprodução - Reprodução
Ativado e desativado diversas vezes durante os anos, o site Silk Road tornou-se infame por se tornar um dos maiores mercados do narcotráfico mundial
Imagem: Reprodução

Mas, antes que você julgue que toda a Dark Web é um antro da escória da humanidade, é importante notar que muitos usuários dela são pessoas que querem apenas navegar anonimamente, enquanto outros são ativistas como o grupo Anonymous e Wikileaks, divulgando informações confidenciais que podem ser de interesse do público.

Acredita-se que foi por meio dela, por exemplo, que Edward Snowden enviou para os jornais The Guardian e Washington Post os documentos que revelavam a vasta operação de espionagem global da agência de segurança americana NSA. O ex-analista, inclusive, defendeu o uso constante de navegadores TOR como forma do cidadão comum se defender dos mecanismos de espionagem que podem facilmente explorar e destrinchar informações na web "visível".

Isto posto, quem por ventura quiser explorar o mundo secreto da internet por meio do TOR deve levar várias precauções em consideração, incluindo: não usar seu nome real ou e-mail pessoal (ou qualquer outro dado do tipo) para acessar a determinados sites, tomar cuidado com o que estiver baixando, não usar cartões de crédito...

E, não que isso precise ser reforçado, NÃO FAÇA NADA ILEGAL.