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LCD, LED, Oled, Qled: entenda de vez a diferença entre os tipos de tela

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Imagem: iStock

Melissa Cruz Cossetti

Colaboração para Tilt, no Rio de Janeiro

25/07/2021 04h00Atualizada em 18/11/2021 18h37

Tela é o ponto que mais importante na hora de escolher uma smart TV. Você pode empacar diante de tantas siglas, mas de forma resumida encontrará na loja dois tipo de tecnologias:

  • painéis LCD com iluminação LED (com ou sem pontos quânticos)
  • painéis Oled (exclusivos da LG)

O que muda, tecnicamente, é a forma como essas telas são iluminadas e, claro, a percepção que temos da variedade de cores e contraste — pretos mais pretos e tons vibrantes, por exemplo.

Todas TVs com tela de cristais líquidos (LCD) contam com uma iluminação de fundo LED que ajuda a "desenhar" a imagem exibida. Esse tipo é o mais comum e barato, mas não alcança altos níveis de contraste —ao exibir uma cena escura, sempre haverá uma luz de fundo.

A indústria tenta aprimorar isso usando o que ficou conhecido como pontos quânticos. Na Samsung, o nome comercial é Qled. Na Toshiba, "quantum dot".

"É uma camada de filtro, que faz uma equalização física das cores. A luz de fundo do LED tende ao azul, mas o fóton, quando bate neste filtro quântico, desvia para o vermelho e verde, melhorando a definição de cores", explica Marcello Zuffo, professor de engenharia de sistemas eletrônicos da USP (Universidade de São Paulo).

Algumas TVs modernas contam ainda com mini-LEDs, pontos menores e direcionados de luz, que permitem um melhor controle da iluminação da tela —em vez de uma grande fonte de luz, os pontos são controlados por região, o que ajuda a chegar mais perto do preto real. Nas lojas, você encontra isso com o nome de Neo Qled, da Samsung, ou D-LED (Direct LED), na Toshiba ou Philco.

No outro lado, temos a tecnologia Oled, patenteada pela LG. Nela, os pixels (minúsculos pontos da TV que forma a imagem) são orgânicos e se autoiluminam.

Essas TVs costumam ter uma qualidade de imagem impressionante, com altos níveis de contraste. É o chamado "preto mais preto", em que os pontos escuros do vídeo ficam apagados e, portanto, sem qualquer luz.

Apesar de serem superiores (e bem mais caras), essas telas são mais suscetíveis ao "burn-in", quando o monitor fica permanentemente marcado pela longa exposição de uma mesma imagem num mesmo ponto (por exemplo, um placar de jogo ou logotipo). Em geral, com um uso convencional, a retenção da imagem desaparece com o tempo.

Em ordem de qualidade de imagem, seria mais ou menos assim:

  1. Oled
  2. mini-LED com pontos quânticos
  3. LED com pontos quânticos
  4. LED

LCD

TVs de LCD então funcionam com um sanduíche de dois painéis finos de vidro (lâminas) com cristais líquidos no meio, que são eletricamente controlados e funcionam como filtros polarizadores.

O cristal líquido é um material orgânico que flui como um líquido, mas se alinha como um sólido.

A backlight (iluminação traseira) ilumina esses cristais com uma lâmpada fluorescente branca e forma as imagens coloridas.

LED

Esta é uma tecnologia que remonta à década de 60, mas que funciona bem até hoje. Trata-se de uma pequena lâmpada digital que usa semicondutores para produzir luz, em vez dos processos usados em uma lâmpada incandescente ou fluorescente.

Nas TVs de LCD, a backlight é de LED —do inglês Light Emitter Diode (diodo emissor de luz).

Em vez de iluminar a tela inteira, a tecnologia é feita para que apenas alguns pontos sejam separadamente iluminados, trazendo melhor definição de imagens.

Pode ser Qled, Dled ou Mini-LED. Funciona igual, o que muda é o tipo de fabricação, o tamanho e/ou o seu posicionamento atrás da tela (na lateral ou em todo o painel.

O LED é controlado pelo processador da TV. Quanto mais LEDs, mais regiões controladas e, consequentemente, mais precisa a iluminação da cena.

Mini-LED

A TV com Mini-LED tem diodos emissores de luz menores e em maior quantidade, o que dá ao televisor esse maior controle sobre as regiões da tela que devem ser iluminadas.

Os modelos desse tipo possuem alto nível de brilho e ótimo contraste. Cada pixel (pontinho que forma a imagem) gera cor mais precisa sem sofrer ou causar interferência eletromagnética no pixel vizinho no painel.

Como o próprio nome indica, são LEDs 'encolhidos', com menos de 0,2 mm, que permitem ao fabricante criar uma matriz de iluminação de fundo com milhares ou dezenas de milhares de LEDs e centenas de zonas de controle.

Qled

No caso da TV Qled (a sigla significa Quantum Dot Emitting Diodes), a letra "Q" representa "ponto quântico", um minúsculo nanocristal semicondutor 10 mil vezes menor que o cabelo, colocado entre o painel LCD e a luz de fundo LED.

Servem para aumentar a precisão geral das cores e brilho de uma tela de LCD. Não muda o processo de iluminação, mas adiciona um filtro "Q" que melhora a imagem.

Oled

Já Oled significa Organic Light Emitting Diode (em português, diodo orgânico emissor de luz). Ou seja, a tela tem um material eletroluminescente orgânico (que produz luz quando submetido a uma tensão elétrica específica) —em vez de uma lâmpada regulável, como as outras.

Cada pixel é capaz de emitir a sua própria luz em resposta a uma corrente elétrica. E, por isso, cada pixel também pode ser desligado completamente, o que produz os pretos mais pretos ou profundos, com altos níveis de contraste e cores realistas.

A iluminação é simplesmente desligada naquele ponto, diminuindo o consumo de energia do aparelho.

Como não há necessidade de luz de fundo, as TVs são mais finas do que aquelas que usam outras tecnologias LCD para TV.

"É como uma lâmpada inteligente regulável, capaz de produzir quase qualquer cor ou matiz em qualquer nível de brilho ou nenhum brilho", explica Marco Cremona, professor do departamento de física da PUC-Rio e coordenador do Laboratório de Optoeletrônica Molecular (LOEM).

MicroLED

É uma tecnologia mais moderna que junta as melhores características do LCD e do Oled, integrando inúmeros LEDs microscópicos capazes de emitir luz própria. Ela permite melhor eficiência energética, melhor contraste, maior possibilidade de brilho e vida útil, explica.

Cada micro diodo emissor de luz representa um pixel e cada um deles é autoiluminado, fornecendo automaticamente a sua própria cor. Ao contrário do Oled, os conjuntos microLED podem ser 30 vezes mais brilhantes e sem problemas de vida útil.

A parte ruim é que as TVs microLED e Oled são muito caras.

NanoCell

Essa é outra novidade na tecnologia de imagem da LG, que agrupou LEDs da backlight em células que se adaptam ao tipo de imagem.

Isso ajuda a controlar e equalizar a luz de fundo e aumenta a experiência de imagem. É uma alternativa da marca aos pontos quânticos.

Nós comparamos

Na primeira edição do Tilt Lab Day, testamos quatro smart TVs 4K: uma da LG, uma da Philco, uma da Samsung e uma da Toshiba. Elas tinham diferentes preços e funcionalidades, mas o modelo da LG venceu como o melhor. O da Toshiba levou na categoria melhor custo-benefício.

Confira como cada aparelho se saiu em cada quesito e tire suas dúvidas na live abaixo:

O UOL pode receber uma parcela das vendas pelos links recomendados neste conteúdo. Preços e ofertas da loja não influenciam os critérios de escolha editorial.

Fontes: Marcello Zuffo, professor de engenharia de sistemas eletrônicos da USP (Universidade de São Paulo), Marco Cremona, professor do departamento de física da PUC-Rio e coordenador do Laboratório de Optoeletrônica Molecular (LOEM) e Reinaldo Borges Junior, professor dos cursos de engenharia do Centro Universitário FIAP, em São Paulo.