Topo

Que tal acender a luz com o poder do pensamento? Já é possível, veja só

Gadgets tecnológicos Fiap - skate - Alexandre Moura/UOL - Alexandre Moura/UOL
Tecnologia também faz com que um skate quando a gente se concentra
Imagem: Alexandre Moura/UOL

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

16/04/2018 04h00

É real: dá para controlar objetos com a força do pensamento. E não é magia. Sabe qual é o segredo? O nosso poder de concentração.

O estudante de engenharia da computação Glen Ferreira, um dos responsáveis pelas pesquisas da tecnologia na FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), explica dá para acender lâmpadas e fazer objetos se movimentarem captando nossas ondas cerebrais. Sim, eu consegui acender quatro lâmpadas de uma vez, mas mover um skate requer mais habilidades.

Um dispositivo construído pelos alunos, que parece uma tiara, capta os sinais enviados pelo cérebro e os transforma em comandos. Um sensor chamado mini encefalograma [como o exame que registra a atividade elétrica do cérebro] consegue ler nossos padrões cerebrais e determinar atividades com eles. E não precisa pensar na ação desejada, só se concentrar mesmo.

“Ele consegue medir cinco ondas cerebrais. Identifica e analisa se estamos em um estado de meditação (ondas cerebrais mais calmas e nível de concentração mais baixo) ou atenção. A transmissão dos dados é feita via bluetooth e a gente consegue determinar qual é a porcentagem da sua concentração com isso”, afirma Ferreira.

“O segredo para fazer as lâmpadas acenderem [ou movimentar os objetos] é se concentrar em um ponto específico e ficar focada naquilo. Cada pessoa se concentra de um modo diferente, mas você pode fazer uma conta, ler um texto, olhar para um lugar”, acrescenta.

É difícil se concentrar quando você é "obrigada", mas o resultado foi que eu consegui 80% de atenção e acendi quatro lâmpadas --cada lâmpada representa 20% de foco.

Já quando fui testar o skate e a cadeira de rodas a missão foi bem mais difícil. Por mais que eu tentasse me concentrar, os objetos teimaram em ficar parados. Tentei fazer contas, me concentrar mais na entrevista e ainda contar de zero a 100, mas quase nada deu certo. Neste quesito a tecnologia precisa ficar um pouco mais acessível.

Mas a experiência mostrou que mover coisas com o pensamento (ou a concentração) é algo que pode estar mais perto do que imaginamos. 

Os avanços são feitos numa área de estudo chamada neurohacking, que tem como objetivo conseguir interpretar as ondas cerebrais e transformá-las em ações físicas.

Segundo o estudante, o uso da tecnologia no futuro é bem amplo. “Temos trabalhado com déficit de atenção. A gente consegue medir o nível de concentração e determinar se uma pessoa está prestando atenção ou se tem algum distúrbio. O legal é que a gente consegue treinar o nosso cérebro para isso”, explica.

Ele acredita que em breve vamos poder entrar em casa e ter vários dispositivos conectados ao nosso cérebro. 

"É algo bem plausível. Chegar em casa e acender a luz, controlar a água da banheira, a temperatura ambiente. E tudo isso sem falar uma palavra", diz.

Já deu para ter uma ideia de como será a nossa vida no futuro? Vamos aguardar.