Topo

Limpa do Facebook no Brasil apagou mais de 500 páginas e contas desde julho

Ação visa diminuir impactos da desinformação na plataforma - Arte/UOL
Ação visa diminuir impactos da desinformação na plataforma Imagem: Arte/UOL

Rodrigo Trindade

Do UOL, em São Paulo

23/10/2018 17h29

Em um esforço para evitar que sua plataforma seja usada no Brasil como foi em 2016 durante o período das eleições presidenciais dos Estados Unidos, o Facebook anunciou nesta terça-feira (23) os resultados da limpa que tem feito para evitar que a desinformação tome conta da rede social. A notícia veio um dia depois da remoção de páginas e contas relacionadas a um grupo brasileiro chamado Raposo Fernandes Associados (RFA) por violação de políticas de autenticidade e spam.

Desde julho, o Facebook deletou 280 páginas, 229 contas e 74 grupos que poderiam enganar eleitores brasileiros. A primeira limpa foi em julho, com 196 páginas e 87 contas que agiam de forma coordenada para espalhar desinformação. Em agosto, caíram 74 grupos, 57 contas e cinco páginas ligadas a uma entidade identificada PCSD, que violou políticas de autenticidade e spam da rede social. Depois foi a vez da empresa de marketing Follow ser derrubada em setembro.

A Follow tinha 11 páginas e 42 contas associadas, recrutando e pagando indivíduos para divulgar material político que simulava ser orgânico dentro do Facebook.

VEJA TAMBÉM

Outras ações pontuais do Facebook resultaram na identificação e remoção de fotos adulteradas de candidatos à presidência, que tiveram números trocados, para induzir ao erro no dia da eleição.

O Facebook ainda destacou o trabalho em conjunto com agências de checagem de fatos, que passaram a identificar textos, fotos e vídeos marcados como falsos. Fazem parte desta iniciativa a Agência Lupa, o Aos Fatos e a agência de notícias AFP. A rede social ainda é uma das financiadoras do projeto Comprova, do qual o UOL faz parte.

A empresa também diz ter feito uma campanha para fornecer dicas de como identificar notícias falsas. Intensificada nas semanas prévias à eleição, a iniciativa espera atingir 120 milhões de brasileiros.

Enquanto a rede social tem adotado medidas aparentemente efetivas, o WhatsApp, que é uma propriedade do Facebook, parece ser o real problema no contexto brasileiro. Com criptografia de ponta a ponta, o app de mensagens é uma caixa preta regulada apenas pelas "tecnologias de ponta" da própria empresa, que não tem acesso ao conteúdo das conversas, mas reconhece spam e comportamento anormal ou automatizado. 

Achar origem da fake news no WhatsApp é difícil, mas não impossível. Especialistas contam como os boatos podem ser investigados

Leia mais