WhatsApp tem regra própria, mas nem por isso você pode quebrar lei; entenda
Não é bagunça! Nem tudo que as pessoas querem pode ser feito no WhatsApp. O aplicativo de mensagens mais usado no Brasil possui várias regras que moldam a forma como todo mundo deve se comportar por lá. E isso vale em todo canto do mundo - com exceção da Índia, mas falamos disso já já.
Há algumas condutas que são vedadas no Brasil por ferirem a lei brasileira - mandar um nude sem que a outra pessoa queira receber, por exemplo, nem pensar. E não pense que o WhatsApp pode fazer o que quiser por aqui: também há normas que a empresa é obrigada a seguir.
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Primeiro: você só pode encaminhar uma mesma mensagem para até 20 pessoas. Vale em todo mundo, menos na Índia, onde esse limite é de apenas cinco. A decisão foi tomada após pessoas serem linchadas por causa de boatos que ganharam força por lá.
Isso sem contar que o WhatsApp proíbe a disseminação em massa de mensagens, ou seja, não pode mandar spam pelo app.
O WhatsApp limita para 256 pessoas o número de participantes dentro de um mesmo grupo. O mesmo limite serve para aquelas listas de transmissão em que você cria uma mensagem e sai disparando para todos os seus contatos de uma vez
Outra regra é que os administradores de grupos possuem "poderes especiais". Eles conseguem excluir participantes e ainda escolher se apenas eles podem enviar mensagens no grupo.
E você sabia que um único usuário pode criar até 9.999 grupos? Quem tem quer administrar tudo isso de grupo?!
Dentro da telinha do WhatsApp, no entanto, valem as mesmas leis que você tem de seguir na rua, em casa ou em qualquer lugar do Brasil. Não é porque você pulou das conversas cara a cara para o bate-papo virtual que vai rasgar a legislação e achar que vale tudo.
Durante os contatos virtuais, continua sendo possível cometer crimes contra a honra (calúnia, injúria e difamação) ou de ameaça.
Os administradores de grupos têm de manter a atenção redobrada, pois juízes têm passado a assumir que quem administra um grupo pode ser responsabilizado judicialmente caso não tomem nenhuma providência ao perceber que há algum abuso sendo cometido entre os participantes. E entre esses abusos está o bullying, muito comum entre adolescentes.
E mais: diferentemente de uma discussão no bar ou no supermercado, as interações pelo WhatsApp fatalmente deixam rastros, o que torna a apuração de uma suspeita de conduta ilícita muito mais fácil. Se você usa o aplicativo para trabalhar, com os colegas da firma, com os pais da escola do seu filho, saiba que tudo o que você diz pode voltar para te assombrar no futuro.
Além de leis que valem tanto para o mundo físico quanto para o mundo real, o Brasil possui regras que tratam sobretudo do ecossistema digital ou que foram reconfiguradas para abarcar interações digitais. E, como o WhatsApp é o aplicativo mais popular no país, ela se aplicam a ele também.
O país possui ainda uma lei que funciona como a Constituição da Internet e a qual até o WhatsApp tem seguir: o Marco Civil da Internet. Aliás, uma de suas pedras fundamentais é essa: obrigar que serviços conectados como o app sigam as leis brasileiras, ainda que não tenham presença física no Brasil, mas atendam brasileiros pela internet.
A lei desobriga os apps de responderem na Justiça por algo que seus usuários façam na plataforma. Ou seja, se você difamar alguém pelo WhatsApp, não é o app que vai parar no banco dos réus e, sim, você.
Só que, caso o serviço conectado se recuse a atender decisões judiciais para remover conteúdos ou fornecer informações para investigações policiais, o Marco Civil da Internet é claro: pode haver punições a esse serviço.
Este ano entrou em vigor a lei de importunação sexual, que barra qualquer tipo de abordagem sexual não consentida, inclusive as feitas pela internet. Ou seja, se você gosta de sair distribuir nudes sem solicitação, é melhor repensar. A nova legislação também criminaliza a pornografia de vingança.
Desde 2012, o Brasil já possuía uma lei que tornava crime o ato de hackear computadores, celulares e aplicações conectadas, como o WhatsApp, para subtrair documentos e vazá-los. Ela foi apelidada de Lei Carolina Dieckmann após a atriz ter tido fotos íntimas extraídas de um dispositivo e publicadas na internet.
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