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Ah, vá? Fundadores do Instagram admitem ter copiado "Stories" do Snapchat

Mike Krieger e Kevin Systrom, cofundadores do Instagram, em foto de 2012 - Stephen Chernin/Reuters
Mike Krieger e Kevin Systrom, cofundadores do Instagram, em foto de 2012 Imagem: Stephen Chernin/Reuters

Gabriel Francisco Ribeiro

Do UOL, em São Paulo

12/03/2019 16h14

Os fundadores do Instagram, o norte-americano Kevin Systrom e o brasileiro Mike Krieger, admitiram ter copiado a função Stories da rede social Snapchat, grande rival do aplicativo. A admissão dos dois ex-chefes da rede social ocorreu na SXSW (South By Southwest), festival que ocorre nesta semana em Austin, nos Estados Unidos.

"Por um longo tempo, os perfis das pessoas estavam cheios de links para o Snapchat. Era claro que as pessoas estavam querendo unir os dois produtos, então nós demos o que eles queriam", afirmou Systrom, segundo o Mashable.

A história, contudo, não foi bem assim. O Facebook, dono do Instagram, tentou comprar o Snapchat após ver o grande sucesso da companhia rival. Ao receber uma negativa, integrou o recurso de fotos e vídeos que desaparecem após 24 horas em basicamente todos os seus produtos - Instagram, Facebook, WhatsApp e Messenger.

O Instagram adicionou os Stories em 2016, enquanto o Snapchat surgiu em 2013 com seu recurso que foi adotado principalmente por adolescentes. A companhia sofreu queda no número de usuários depois que o Facebook copiou sua ferramenta principal.

Krieger e Systrom deixaram o Instagram no fim do último ano e disseram na SXSW que uma queda na autonomia perante o Facebook foi o motivo, mas não que isso necessariamente seja ruim para o app.

"Em algumas maneiras, ter menos autonomia é por causa da vitória do Instagram. É uma coisa inevitável se você é bem-sucedido", apontou Systrom de acordo com o Business Insider. Os dois cofundadores se recusaram a dar detalhes do que a "queda de autonomia" significa.

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O criador do tênis de De Volta Para o Futuro

A SXSW contou também com um painel de Tinker Hatfield, um lendário designer de tênis da Nike. Ele é o responsável direto por ter criado o tênis que se amarra sozinho no filme, após ter recebido um pedido da produção para imaginar como seria o produto no ano de 2015.

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A Arte da Máquina

Os tênis que se amarram sozinhos finalmente viraram realidade em 2016, com até agora três lançamentos da Nike do produto - todos bem caros, mas alguns até com uma integração entre aplicativos. Mais do que o caráter popular da tecnologia, Hatfield vê um potencial entre pessoas portadoras de condições como Parkinson e outras deficiências.

"Parkinson, artrite e outros problemas reduzem a destreza das pessoas. Nós estamos usando essa tecnologia para ajudar pessoas que têm problemas como esses. No futuro, todos deveriam ter a chance de usar o melhor produto", apontou, segundo o "Engadget".

Tensão em painel do Facebook

Envolto em polêmicas, o Facebook teve um painel com alta tensão, de acordo com a CNN. O executivo Shaarik Zafar, um dos gerentes de política pública da empresa, recebeu um forte questionamento de um membro da plateia.

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Relembre os escândalos

A pergunta veio de uma pessoa que se descreveu como jornalista que estava em Nice, na França, na época do ataque terrorista de 2016. Ele aponta que após reportar o ataque passou a ser alvo de conspiradores, neonazistas e pessoas que espalham boatos. O caso gerou ameaças de morte a ele e sua família, incluindo fotos de armas postadas na página da filha do jornalista.

"Sempre que pedia ao Facebook remover essa 'm...' recebia a resposta de que o post não violava o padrão da comunidade. Mark Zuckerberg sempre fica pedindo desculpas. Quanto vamos esperar para vocês tomarem ação? Minha família e eu somos só dano colateral para o preço de suas ações?", questionou.

O executivo do Facebook pediu desculpas e afirmou que a família não era dano colateral, além de oferecer ajuda ao problema. Mas ganhou uma resposta atravessada novamente.

"Não preciso de sua ajuda mais porque agora temos leis contra isso e você precisa remover", apontou, citando leis da Alemanha, onde mora.