Crescimento da Huawei mostra que ela deve dominar o mercado muito em breve
Quem acompanha regularmente o noticiário de tecnologia notou que a Huawei teve muitos percalços em 2018. Não bastasse as acusações do governo americano de espionagem, ainda tivemos uma importante diretora da empresa, Meng Wanzhou, sendo detida no Canadá e liberada após fiança.
Isso seria o suficiente para destruir a reputação de muitas empresas. E nesta semana, o Reino Unido engrossou as críticas sobre a segurança dos aparelhos da Huawei. Mas comercialmente, a empresa está muito bem. Na verdade, está no seu auge.
No seu relatório anual de 2018, divulgado nesta semana, a companhia chinesa teve aumento de receita para US$ 105 bilhões --20% a mais que o de 2017-- enquanto o lucro subiu 25%, para US$ 8 bilhões.
O que significa essa receita de US$ 105 bilhões? Segundo o "New York Times", a Huawei agora entrou para um novo time: o mesmo da Google e Microsoft, indiscutivelmente duas das maiores potências de tecnologia do mundo. Ambas alcançaram este patamar em suas receitas anuais no ano passado.
Por essa métrica, a Huawei é quase tão grande quanto três das empresas de internet mais influentes da China combinadas. São elas a Alibaba (ecommerce), a Tencent (portal de serviços) e a Baidu (motor de busca).
O setor de celulares --na qual atualmente é a número 3 mundial, perdendo apenas para a Samsung e a Apple-- vem se provando cada vez mais como o ponto forte da Huawei. O crescimento em celulares da empresa em 2018 foi de impressionantes 45,1%, graças principalmente ao seu setor de celulares intermediários, que têm ótimos desempenhos no seu mercado natal, a China.
Por outro lado, não foi totalmente imune às críticas do ano passado, já que seu setor de negócios com operadoras --na qual vende equipamentos e programas de infraestrutura de telecomunicação-- caiu 1,3%. Apesar de a empresa ter culpado os ciclos de investimento da indústria, é possível supor que este setor tenha sido mais afetado pelos boatos envolvendo espionagem industrial.
O fundador da Huawei e pai de Meng Wanzhou, Ren Zhengfei, é ex-engenheiro do Exército de Libertação do Povo, que tem uma conexão com o Partido Comunista Chinês. Isso contribuiu para as suspeitas das agências de inteligência dos EUA.
Por tudo isso, 2019 será novamente um ano interessante para acompanhar a Huawei. Ela teve um início quente ao apresentar seu primeiro smartphone dobrável, o Mate X, poucos dias após a rival Samsung, além do elogiado celular premium P30 Pro, com um zoom de câmera nunca visto antes em celulares.
Para dominar definitivamente o mercado móvel, a Huawei terá que enfrentar novos rounds deste combate. De um lado, a inovação crescente e o dinheiro da empresa. Do outro, a desconfiança explícita dos governos ocidentais.
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