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Esqueça pixel: para ter boas fotos, olhe para processamento e IA do celular

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

26/04/2019 04h00

Quem ama tirar fotos com o celular já deve ter percebido que as empresas vendem aparelhos com resoluções cada vez maiores em seus conjuntos de câmeras... 12 megapixels, 24 MP, 40 MP. O que pode levar a uma ideia de que quanto maior a quantidade de MP maior será a qualidade da câmera. Mas, calma...

Uma coisa não é determinante para a outra. O megapixel nada mais é do que a resolução da imagem que será formata na hora da foto.

Analisar a quantidade de lentes que um smartphone tem, suas respectivas funções e a resolução dos sensores é importante. Mas um outro fator, muitas vezes esquecido, precisa ser levado em consideração quando o assunto é qualidade das fotos. É o chamado pós-processamento da imagem, que faz toda a diferença no resultado final.

Tudo claramente depende da qualidade do celular. Mas, no mundo ideal, um aparelho que possui câmeras com um bom sistema de processamento de fotos consegue identificar e corrigir automaticamente alguns ruídos na imagem segundos depois que ela é capturada.

Além disso, o aparelho é capaz de equilibrar contraste, brilho, nitidez e cores para que a foto fique o mais real possível e com o maior nível de detalhes.

Quando o usuário vai ver a foto, ela já aparece com os ajustes feitos. Ele nem percebe. Tudo é feito rapidamente e bem discreto.

Legal, não? Mas não é só com isso que o processamento da imagem funciona. Ele também possibilita que recursos diferentes oferecidos pelas câmeras funcionem bem.

Alguns exemplos:

  • Efeito desfoque do fundo: muitos modelos que não possuem lentes duplas conseguem fazer o efeito com ajuda do software empregado nas câmeras. Alguns modelos mais recentes até permitem que o desfoque do fundo seja ajustado pelo usuário;
  • Efeitos de iluminação usados antes ou depois da foto ser capturada;
  • Edição de foto com adesivos animados;
  • Edição de foto com filtros de bichinhos;
  • Edição de foto com filtros "tipo Instagram".

Por isso, é importante pesquisar bem como esses sistemas funcionam. Uma olhadinha no site da fabricante, conferir reviews (análises) publicados sobre os aparelhos e até mesmo conversar com quem já possui o modelo são bons caminhos para começar.

Inteligência artificial permite resultados ainda melhores

O que na já devia ser bom, ganhou uma ajuda de peso com os avanços no mundo da inteligência artificial.

Fotos dignas de profissionais têm sido feitas por conta da adoção da tecnologia de IA no software de processamento de fotos. Os dois trabalhando juntos é algo que vamos ver com mais frequência com os novos smartphones.

Com a inteligência artificial, todo o processo descrito acima é feito de um modo ainda mais preciso e com menos chance de dar errado. O grande trunfo também é capacidade de aprendizado de máquina desses sistemas.

Não é à toa que as fabricantes têm investido nisso. Um exemplo são os vários aparelhos com recursos de reconhecimento de cenas -- como paisagem, animais, flores, comida, dias nublados, entre outros. Dos mais baratinhos (LG K12+), passando pelos intermediários (Galaxy A7 e Galaxy A9) e chegando aos mais avançados (LG G7 e Galaxy S10).

Antes mesmo de o usuário bater a foto, a câmera (ou câmeras) reconhece o tipo de cena. Em seguida, ela se ajusta automaticamente (equilibrando contraste, brilho, saturação e nitidez) para capturar os elementos da cena. Cada tipo possui uma regulagem diferente que é reconhecida pelo próprio celular.

Tudo isso só foi possível porque o algoritmo utilizado foi submetido previamente a uma série de imagens. Com sua inteligência, conseguiu aprender a identificá-las, reconhecer padrões (de luz, brilho, contraste) e a sugerir que tipo de ajustes são necessários para que a foto fique mais próxima da realidade.

Como os sistemas vivem em constante aprendizado, os resultados das fotos só devem melhorar com o tempo.

Uma inteligência particular: o Google

Se você busca um celular com Android, saiba que alguns modelos ainda usam a inteligência artificial do Google embutida em suas câmeras, o Google Lens. Ele permite a tradução rápida de textos, o escaneamento de textos para edição e ainda consegue reconhecer produtos, objetos, paisagens a partir da imagem.

Nem todos os aparelhos ele funciona bem. É importante ressaltar. Mas é uma tecnologia que está sendo desenvolvida e a expectativa é que ela seja um bom diferencial entre os smartphones.

Aplicativo da câmera precisa atender ao seu gosto

Existem uma infinidade de celulares disponíveis no marcado. Com eles, diferentes formatos de softwares que funcionam nas câmeras.

Se você ama tirar fotos e tem conhecimentos mais profissionais, é interessante procurar um smartphone que tenha o modo "pro" ou "manual" de fotos. Nele, será possível fazer ajustes manuais, controlar vários recursos fotográficos.

Abertura da lente também faz toda a diferença

Além do processamento da imagem e dos recursos de inteligência artificial, outro fator fundamental na hora das fotos é a abertura da lente. Se você pegar agora o manual do seu smartphone, deve conseguir ver na parte que fala das câmeras alguma menção, por exemplo, como f/1.7.

Quanto menor for o número de f, maior será a abertura do diafragma (como se fosse a pupila do olho) da lente, mais luz vai conseguir entrar e as fotos ficarão melhores, principalmente em ambientes com pouca iluminação.

Com o sensor recebendo mais luz, as chances de as fotos ficarem granuladas (com pixels aparecendo) é menor.