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Alvo de veto de Trump, Huawei segue em 2º em celulares e mira na Samsung

Marca chinesa teve maior crescimento ano após ano no trimestre - Edgar Su/Reuters
Marca chinesa teve maior crescimento ano após ano no trimestre Imagem: Edgar Su/Reuters

Janaina Garcia

Colaboração para o UOL

29/05/2019 13h41Atualizada em 29/05/2019 14h28

Um levantamento da empresa de pesquisa e consultoria de mercado Gartner apontou uma queda de 2,7% nas vendas globais de smartphones para usuários finais nos três primeiros meses deste ano, com 373 milhões de unidades. Ainda que restrita no mercado norte-americano, a Huawei segue reduzindo a diferença em relação à Samsung e se manteve no ranking como a segunda maior fornecedora de celulares em todo o mundo.

Veja o ranking abaixo do Gartner de fabricantes de celulares e suas fatias de mercado globais no primeiro trimestre de 2019. Na sequência, os mesmos números um ano antes.

Primeiro trimestre de 2019

Samsung: 71,6 milhões de celulares vendidos; 19,2% do mercado

Huawei: 58,4 milhões de celulares vendidos; 15,7% do mercado

Apple: 44,5 milhões de celulares vendidos; 11,9% do mercado

Oppo: 29,6 milhões de celulares vendidos; 7,9% do mercado

Vivo: 27,3 milhões de celulares vendidos; 7,3% do mercado

Outras: 141,4 milhões de celulares vendidos; 37,9% do mercado

Total: 373 milhões de celulares vendidos

Primeiro trimestre de 2018

Samsung: 78.5 milhões de celulares vendidos; 20,5% do mercado

Huawei: 40,4 milhões de celulares vendidos; 10,5% do mercado

Apple: 54 milhões de celulares vendidos; 14,1% do mercado

Oppo: 28,1 milhões de celulares vendidos; 7,3% do mercado

Vivo: 23,2 milhões de celulares vendidos; 6,1% do mercado

Outras: 159 milhões de celulares vendidos; 41,5% do mercado

Total: 383,5 milhões de celulares vendidos

De acordo com o diretor de pesquisa do Gartner, Anshul Gupta, marcas como Samsung e Apple têm tido as vendas afetadas à medida que a demanda por smartphones premium permaneceu menor que a dos básicos. Ambas têm participação significativa em celulares de última geração.

"Além disso, a demanda por smartphones utilitários diminuiu à medida que a taxa de atualização de celulares básicos [sem telas sensíveis ao toque] para smartphones diminuiu, já que os telefones 4G oferecem aos usuários grandes vantagens a um custo menor", explica Gupta.

Os ciclos adotados pelos usuários para substituição dos aparelhos têm sido prolongados em um cenário em que a inovação nos smartphones top de linha desacelera, ao passo que os preços seguem aumentando. Estados Unidos e China, nações que lideram as vendas de aparelhos no mundo, registraram queda de 15,8% e 3,2%, respectivamente, de janeiro e março deste ano.

Segundo o levantamento do Gartner, no período considerado, a Samsung se manteve no topo do ranking de vendas mundiais de smartphones, com 19,2% de participação. Entre os cinco maiores do mundo --Samsung, Huawei, Apple e as fabricantes chinesas Oppo e Vivo--, a Huawei alcançou o maior crescimento ano após ano com 44,5%, totalizando 58,4 milhões de unidades vendidas. Já a Samsung teve queda de 8,8% na mesma métrica.

O desempenho da Huawei cresceu em todas as regiões do globo, mas obteve destaque em dois de seus principais polos de venda, a Europa e a "Grande China" --referência à junção da China continental com Hong Kong, Macau e Taiwan, áreas em que a gigante já domina. Conforme o diretor do Gartner, a fornecedora cresceu 69% na Europa e 33% entre os chineses.

É o desempenho no território chinês, por sinal, correspondente a quase um terço do mercado, que foi fundamental para a Huawei chegar à segunda colocação no ranking mundial de fornecedores de smartphones no primeiro trimestre deste ano.

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A fabricante enfrenta restrições no mercado dos EUA desde o último dia 15, quando passou a ser impedida de comprar produtos norte-americanos sob a alegação de que estaria envolvida em atividades contrárias à segurança nacional do país. Depois, o governo do presidente Donald Trump amenizou as sanções concedendo à fabricante licença para compra de produtos dos EUA até 19 de agosto.

"A indisponibilidade de aplicativos e serviços do Google nos smartphones Huawei, caso seja adotada, prejudicará o negócio de smartphones internacionais da Huawei, que é quase metade de seus negócios mundiais de telefonia. Além disso, isso causa apreensão entre os compradores, o que pode limitar, no curto prazo, o crescimento da Huawei", definiu Gupta.

Samsung e Apple em queda

Apesar de registrar declínio nas vendas ao longo de um ano, a Samsung se manteve no topo da lista de maiores fornecedores. O lançamento da linha Galaxy S10 acabou surtindo pouco impacto no ranking do Gartner, já que a empresa, explica a consultoria, só começou a enviar os S10 aos consumidores finais no fim do período analisado.

Já as vendas da Apple, com seus iPhones, somaram 44,6 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2019, um declínio de 17,6% ano a ano. A política de redução de preços de aparelhos da gigante no mercado até impulsionou a demanda, mas não afetou os ciclos de substituição mais longos dos usuários.