Alfândega dos EUA é hackeada, e dados e rostos de viajantes foram acessados
Resumo da notícia
- O Escritório de Alfândegas e Proteção de Fronteiras dos EUA disse que foi alvo de ciberataque
- Fotos do rosto de pessoas que cruzaram fronteira e placas de carro foram expostas
- Segundo relatório, até 100 mil pessoas podem ter sido afetadas
- Crime reabriu a discussão sobre privacidade no Congresso americano
O Escritório de Alfândegas e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, em inglês) informou, em comunicado nesta segunda-feira (10), que dados de viajantes foram roubados e expostos após um "ciberataque malicioso". O fato foi divulgado pelo Washington Post.
Entre os arquivos, segundo o órgão, estão placas de carro e imagens do rosto de pessoas que cruzaram um ponto específico da fronteira --que não foi especificada-- no período de um mês e meio.
Originalmente, estes materiais estavam sob os cuidados de uma empresa terceirizada --também não mencionada-- do governo americano. O CBP afirmou que a companhia contratada violou protocolos de segurança e privacidade ao armazenar os arquivos em outros servidores. Relatórios iniciais estimam que menos de 100 mil pessoas teriam sido afetadas.
O comunicado também diz que o "CBP removeu de seu serviço todos os equipamentos relatados na brecha e está monitorando de perto todo o trabalho de subcontratados".
O CBP faz uso amplo de câmeras de segurança para registrar a movimentação nos pontos de cruzamento das fronteiras e em aeroportos nos EUA. As imagens captadas são usadas para ajudar a desenvolver um programa de reconhecimento facial para identificar quem entra e quem sai do país.
Apesar de o órgão do governo não ter especificado a fonte do vazamento, o site de tecnologia britânico The Register havia noticiado recentemente que a Perceptics, que fornece tecnologia de leitura de placas de veículos, foi alvo de ataque hacker em maio.
Também de acordo com o The Register, os dados da Perceptics teriam sido disponibilizados para download pelos hackers responsáveis pela invasão. Não houve, no entanto, a confirmação de que estes arquivos teriam sido vazados e se há relação entre os casos.
A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, em inglês) foi uma de várias entidades que expressaram preocupação com a vulnerabilidade dos dados de cidadãos acumulados pelo governo, pedindo que as práticas de segurança e privacidade de órgãos como o CBP sejam acompanhadas com mais cautela.
O comitê do Congresso americano - que supervisiona as ações de segurança interna do país - informou que deve marcar uma audiência em torno do uso de dados biométricos pelas agências federais no próximo mês.
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