Topo

Índia pede a WhatsApp para rastrear notícias falsas, mas empresa resiste

"Pedimos a eles [WhatsApp] rastreabilidade", disse um representante do ministério - Getty Images
"Pedimos a eles [WhatsApp] rastreabilidade", disse um representante do ministério Imagem: Getty Images

Sankalp Phartiyal

Da Reuters, em Mumbai

07/12/2018 11h25

Autoridades do Ministério da Tecnologia da Índia se reuniram com executivos do WhatsApp nesta semana para pedir à unidade do Facebook que comece a rastrear as origens da desinformação disseminada em sua plataforma de mensagens, disse uma autoridade do governo nesta sexta-feira (7).

O WhatsApp vem trabalhando para coibir a circulação do que o ministro da tecnologia Ravi Shankar Prasad chamou de conteúdo "sinistro" na Índia, o maior mercado da empresa, com mais de 220 milhões de usuários.

Essa desinformação levou ao linchamento de mais de 30 pessoas desde janeiro do ano passado, de acordo com o portal de dados IndiaSpend, levando Prasad a pedir ao WhatsApp que rastreie suas origens. O WhatsApp se recusou anteriormente, citando problemas de segurança.

"Pedimos a eles rastreabilidade", disse um representante do Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação, que se recusou a ser identificado, já que a reunião foi privada. "Eles (WhatsApp) não estão comprometidos com isso, mas estamos pressionando essa questão."

O WhatsApp disse que estava trabalhando em medidas para evitar a disseminação da desinformação, de acordo com a autoridade.

O aplicativo diz que permitir a rastreabilidade em seu serviço de mensagens prejudicaria sua natureza privada e a criptografia de ponta a ponta, criando potencial para uso indevido. A empresa também disse que não enfraquecerá a proteção de privacidade que fornece.

A empresa realizou treinamento em alfabetização digital para líderes comunitários e agentes da lei, além de recursos introduzidos em seu aplicativo, como limites no encaminhamento de mensagens e identificação de mensagens encaminhadas. O aplicativo também lançou campanhas publicitárias para conscientizar os usuários sobre os perigos da desinformação.

Conversas criptografadas, bolhas e grupos, boatos enviados por amigos, planos de 3G: tudo isso transformou o WhatsApp no vilão da eleição

Entenda