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Huawei enfrenta novos problemas na França e na Alemanha

14/12/2018 12h40

Por Douglas Busvine e Gwénaëlle Barzic

FRANKFURT/PARIS (Reuters) - A Huawei enfrenta novos desafios na Europa depois que a Orange anunciou que não contrataria a chinesa para construir sua rede de próxima geração e a Deutsche Telekom anunciou que revisará sua estratégia de fornecimento.

O movimento das companhias europeias segue a proibição da participação da Huawei na construção de redes móveis de 5G por alguns aliados dos Estados Unidos, liderados pela Austrália, preocupados que os equipamentos da empresa permitam espionagem da China. A Huawei diz que essas preocupações são infundadas.

"Não prevemos a contratação da Huawei para a 5G", disse a repórteres o presidente-executivo da francesa Orange, Stephane Richard, em Paris. "Estamos trabalhando com nossos parceiros tradicionais - Ericsson e Nokia."

A Huawei informou que não era fornecedora da rede 4G existente da Orange na França e não faria parte dos planos 5G da empresa no país. A chinesa fornece as redes da Orange fora da França e espera estar envolvida com a construção 5G.

ALEMANHA

A Deutsche Telekom, maior empresa de telecomunicações da Europa, disse que está revendo seus planos de fornecimento diante do debate sobre a segurança das redes chinesas na Alemanha e nos demais mercados europeus onde opera.

Quase metade da receita da empresa alemã vem de sua unidade norte-americana T-Mobile, que aguarda análise regulatória sobre sua oferta de 26 bilhões de dólares para comprar a Sprint.

Uma fonte de um concorrente disse que "o movimento parece uma estratégia de apaziguamento em relação ao governo dos EUA sobre o negócio da Sprint".

Outras empresas de telecomunicações alemães dizem, no entanto, que estão conversando com fornecedores chineses enquanto elaboram propostas para participar do leilão de 5G da Alemanha no início de 2019.

Analistas dizem que as operadoras de telecomunicações alemãs dependem muito da Huawei, o que significa que será difícil retirar e substituir o equipamento existente ou evitar que a chinesa, maior fornecedora de redes do mundo, construa suas redes 5G.

(Por Douglas Busvine e Gwénaëlle Barzic)