TIM espera resultados positivos em 2019, com menos pressão no pós-pago
Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A TIM espera entregar resultados positivos em 2019, apesar do ambiente altamente competitivo no mercado brasileiro de telecomunicações, sobretudo no segmento pré-pago, disseram nesta quarta-feira executivos da operadora.
"Temos expectativas de que o país vai crescer, se desenvolver, apesar de sinais não tão otimistas em janeiro... Se o crescimento vier, será bom para todo mundo", afirmou o diretor presidente da TIM, Sami Foguel, em teleconferência com analistas e investidores sobre o balanço do quarto trimestre.
A controlada da Telecom Italia seguirá focada este ano em migrar clientes do pré para o pós-pago, enquanto amplia esforços de digitalização para eficiência de custos e melhora das margens, acrescentaram os executivos.
"Vemos ambiente mais favorável no pós-pago e esperamos que aumentos de preço deem o tom para 2019, mas infelizmente no pré-pago não vemos esse comportamento", contou o diretor presidente, ressaltando que a TIM deve priorizar a qualidade do serviço em vez de entrar em uma "guerra de preços".
Como resultado da transformação da base de clientes para maior exposição a pós-pago, a companhia vem desenvolvendo um conjunto de novas capacidades, incluindo um portal de negociação que visa reduzir o provisionamento para clientes devedores, de acordo com Foguel.
5G E CONSOLIDAÇÃO
Executivos da TIM esperam que o leilão de espectro para 5G seja realizado dentro de mais ou menos um ano. "Abraçamos a ideia de que o leilão ocorra o mais rápido possível... Quanto mais demora, pior para o país em relação à concorrência", disse Foguel.
Tal posicionamento é o oposto do defendido mais cedo pelo presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, que descartou urgência para realização do leilão, uma vez que o país ainda não estaria pronto para a tecnologia.
Os executivos da TIM também afirmaram que não há clareza sobre quando ocorreria o desligamento das redes 2G e 3G no Brasil, mas ressaltaram que a empresa está disposta a discutir com outras empresas algum tipo de grade única ou compartilhamento de tecnologias mais antigas para minimizar custos.
Questionado sobre possíveis fusões e aquisições no setor, o diretor financeiro da TIM, Adrian Calaza, afirmou que a companhia não participa de nenhum processo específico, mas tem baixa alavancagem e está atenta às oportunidades no mercado.
"Em quase todos os países temos três operadoras, alguns com duas, então achamos que a consolidação vai chegar um dia (ao Brasil) e queremos estar preparados", disse.
As ações da TIM subiam cerca de 1,8 por cento por volta das 17:00 (horário de Brasília), a 12,16 reais, reagindo positivamente aos resultados trimestrais.
Na noite de terça-feira, a operadora reportou queda de 2 por cento no lucro do quarto trimestre, para 592 milhões de reais, conforme custos maiores de operação ofuscaram crescimento nas receitas.
Para analistas do Bradesco BBI, o balanço veio alinhado às expectativas, com um viés positivo na linha de receita. "Embora os resultados tenham vindo amplamente em linha com nossos números, acreditamos que a aceleração do crescimento da receita móvel para 3,6 por cento ano a ano no quarto trimestre, ante 2,8 por cento no terceiro, deve ter impacto positivo nas ações", escreveram.
Já a equipe da corretora Coinvalores viu melhora no balanço, chamando atenção para o "plano de eficiência" da operadora, com economia de 340 milhões de reais em 2018.
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