Topo

Grandes empresas voltam à investir em criptografia, apesar de cautela com moedas digitais

18/04/2019 15h43

Por Tom Wilson

LONDRES (Reuters) - As principais empresas de tecnologia e finanças estão investindo em startups que desenvolvem tecnologia para o mercado de criptografia, apesar de estarem evitando as próprias moedas voláteis.

Investimentos de capital de risco em startups de criptografia e blockchain que incluíram fundos de corporações dispararam para 850 milhões de dólares até agora este ano, segundo dados compilados pela PitchBook para a Reuters. Os 13 negócios colocam os fluxos no caminho certo para um segundo recorde anual consecutivo.

Essas apostas, por empresas como a London Stock Exchange Group e Microsoft, aumentaram mais de cinco vezes, para um recorde de 2,4 bilhões de dólares, com 117 investimentos em 2018. Isso sugere que grandes empresas apostam na tecnologia nascente, apesar dela enfrentar dificuldades para ser aceita.

Mas as companhias deram às moedas digitais uma certa distância, evitando investimentos diretos por causa de preocupações sobre o aperto de regulamentação, problemas frequentes de segurança e alta volatilidade.

A falta de um envolvimento maior de grandes empresas gerou sérias dúvidas sobre o potencial de criptomoedas evoluírem da condição de moedas especulativas para meios de pagamento capazes de rivalizar com moedas tradicionais.

O bitcoin perdeu três quartos de seu valor no ano passado, após se aproximar do recorde de 20 mil dólares em 2017. A moeda ainda é propensa a movimentos bruscos de preços, que foram ressaltados por um recente salto de 20 por cento que causou perplexidade entre traders e analistas.

E apesar da tecnologia de blockchain ter encontrado algum uso em setores como o de finanças, sua aplicação tem sido relativamente pequena.

As empresas estão analisando como, e se, as tecnologias blockchain, e as relacionadas a elas, podem ser usadas de maneiras que poderiam desencadear mudanças mais profundas, disse Richard Hay, chefe para a área de fintechs na firma de advocacia Linklaters, do Reino Unido.

"Há duas dinâmicas em jogo", disse ele. "Podemos colocar em funcionamento e economizar custos, além de olhar a longo prazo as formas de implantar a tecnologia de maneira mais transformadora."