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Senadores dos EUA questionam redes sociais sobre uso de algoritmos

25/06/2019 15h24

Por David Shepardson

WASHINGTON (Reuters) - Um painel do Senado norte-americano questionou nesta terça-feira como grandes empresas de mídia social como Facebook e Alphabet, dona do Google, usam algoritmos e inteligência artificial para fornecer novos conteúdos para manter os usuários engajados.

O subcomitê de Comércio, Tecnologia e Inovação do Senado ouviu pesquisadores que criticaram o uso de inteligência artificial para selecionar conteúdo para os usuários. Os senadores disseram que grande parte desse conteúdo são teorias de conspiração, pontos de vista partidários e informações enganosas no YouTube, no Facebook e em outros sites.

O Congresso dos EUA passou meses debatendo novas medidas de proteção de privacidade para usuários online que poderiam restringir a capacidade das empresas de mídia social de usar dados pessoais para fazerem recomendações de conteúdo e questionar se as empresas protegem adequadamente as crianças.

O senador Brian Schatz, principal democrata do subcomitê, disse que as empresas de mídia social usam "algoritmos que nos alimentam com um fluxo constante de conteúdo cada vez mais extremo e inflamatório" e devem ser mais transparentes e responsabilizados por eles.

Maggie Stanphill, diretora de experiência de usuários no Google, disse que a empresa ouviu as preocupações dos senadores sobre o sistema de recomendações do YouTube.

O YouTube reduziu as recomendações de conteúdo disseminando "desinformação prejudicial" e, como resultado, o "número de visualizações que esse tipo de conteúdo recebe vindos de recomendações caiu mais de 50% nos EUA".

Tristan Harris, co-fundador e presidente-executivo do Center for Humane Technology e ex-especialista em design do Google, disse que as empresas de mídia social têm muito poder e usam ferramentas semelhantes a máquinas caça-níqueis para manter as pessoas engajadas. "Você tem um supercomputador apontado para o seu cérebro."