Venezuela: Maduro chama Capriles de 'burguesinho chorão'
CARACAS, 01 Mai 2013 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou nesta quarta-feira o líder opositor Henrique Capriles de 'fascista', 'burguesinho chorão' e 'derrotado', ao comentar a decisão dos opositores de impugnar judicialmente os resultados das eleições de 14 de abril passado.
"Fascista maior, você foi derrotado, aceite sua derrota e pare de choramingar", exclamou Maduro em um discurso para milhares de pessoas reunidas na Praça O'Leary, no centro de Caracas, por ocasião do Dia do Trabalho.
"Você é um burguesinho chorão e fascista que deseja levar o país ao ódio e à violência", afirmou o presidente sobre Capriles, derrotado pela pequena margem de 240 mil votos e que denuncia várias irregularidades no processo eleitoral.
Maduro também responsabilizou Capriles pela violência desatada na terça-feira na Assembleia Nacional, quando deputados chavistas e opositores trocaram socos após a aprovação de uma medida que proíbe a palavra aos legisladores que não reconhecem a eleição do novo presidente.
"Tínhamos informação de que eles (os opositores) planejavam dois eventos violentos, um na Assembleia e outro no 1º de Maio, nas ruas", disse Maduro, afirmando que apresentará vídeos nos meios de comunicação sobre os incidentes no Parlamento.
Em uma manifestação de partidários da oposição neste 1º de Maio, Capriles anunciou que na quinta-feira "apresentará a impugnação" dos resultados das eleições ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
"Vamos esgotar todas as instâncias internas porque não há qualquer dúvida de que este caso vai terminar na comunidade internacional, que este caso vai terminar envolvendo cada país onde há democracia", disse Capriles, governador do estado de Miranda, para uma multidão reunida no leste de Caracas.
Capriles anunciou tal iniciativa depois de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) informar o início de uma auditoria dos resultados, mas sem a revisão dos registros de votação, exigência importante da oposição para demonstrar supostas irregularidades.
Os opositores poderão recorrer à Corte Internacional de Direitos Humanos, da qual o governo venezuelano decidiu se retirar em setembro passado, mas que terá sua saída efetivada apenas no prazo de um ano.
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