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Terremoto no Nepal deixou 5.489 mortos, segundo último boletim

Em Katmandu (Nepal)

30/04/2015 01h15

O terremoto que abalou o Nepal no sábado (25) passado deixou 5.489 mortos, segundo o último boletim do Centro Nacional de Operações de Emergência, divulgado nesta quinta-feira (30).

O tremor, de 7,8 graus de magnitude, também matou mais de 100 pessoas na Índia e China.

O boletim precedente, divulgado na quarta-feira, apontava 5.057 mortos e 8 mil feridos.

De acordo com a ONU, 8 dos 28 milhões de habitantes do país foram afetados direta ou indiretamente pela catástrofe.

Na madrugada desta quinta-feira (30), um primeiro avião especial, com 206 pessoas retiradas do Nepal, principalmente franceses, pousou no aeroporto parisiense de Roissy, segundo o ministério das Relações Exteriores.

O Airbus A350 fretado pela França pousou às 05h45 local (00h45 Brasília) com 206 passageiros a bordo, incluindo 12 crianças e 26 feridos, quase todos franceses, mas também alguns alemães, suíços, italianos, portugueses e turcos.

O grupo foi recebido pelo ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, constatou a "AFP".

Polícia tenta conter revolta

A polícia antidistúrbios do Nepal foi acionada nesta quarta-feira (29) para conter a revolta de milhares de pessoas que desejam deixar a capital Katmandu e não têm como.

Abaladas com os tremores secundários, sem as suas casas e com medo da falta de alimentos, milhares de pessoas se reuniram durante a madrugada em um terminal rodoviário para tentar embarcar em um dos ônibus especiais prometidos pelo governo.

Mas quando perceberam que não havia ônibus adicionais, as pessoas não conseguiram conter a irritação e entraram em confronto com a polícia, enviada ao local para tentar controlar a situação.

"Estamos esperando desde o amanhecer. Afirmaram que havia 250 ônibus, mas não vimos nenhum", disse Kishor Kavre, um estudante de 25 anos que deseja abandonar a capital em ruínas.

"Temos pressa para retornar para casa e encontrar nossas famílias, mas não temos ideia de quando os ônibus estarão aqui", completou.

Algumas pessoas fecharam a passagem de um caminhão repleto de garrafões de água antes de subir no veículo e começar a jogar as garrafas para a multidão.

Os policiais se posicionaram para responder os homens armados com pedaços de pau que pretendiam atacar ônibus e outros veículos.

Governo admite dificuldades

O governo nepalês reconheceu que está esgotado em consequência da dimensão da catástrofe, provocada pelo terremoto mais violento no país nos últimos 80 anos.

"Temos fragilidades na gestão das operações de emergência", admitiu o ministro da Comunicação, Minendra Rijal.

"A catástrofe é tão grande e sem precedentes que não temos capacidade de responder às expectativas da população. Mas estamos preparados para reconhecer nossas fragilidades, aprender e seguir adiante da melhor maneira possível", disse.

Os tremores secundários reduziram consideravelmente, mas centenas de milhares de pessoas continuam dormindo nas ruas.

Nas áreas de difícil acesso, os sobreviventes estão desesperados.