Livro revela que Obama hesitou em buscar seu Nobel da Paz em Oslo
A Casa Branca questionou se o presidente Barack Obama deveria realmente ir a Oslo buscar o prêmio Nobel da Paz que recebeu em 2009, revela um livro a ser publicado na quinta-feira (17) na Noruega.
Em seu livro "Fredens sekretær - 25 år med nobelprisen" (O secretário da paz - 25 anos de Prêmio Nobel, em tradução livre), o historiador Geir Lundestad revela alguns segredos sobre o comitê norueguês do Nobel, do qual foi secretário, mas sem direito a voto, de 1990 a 2015.
"Nenhum prêmio da paz atraiu mais atenção do que o prêmio de 2009 para Barack Obama", escreveu ele.
O primeiro presidente negro americano foi agraciado nove meses após tomar posse, e num momento em que estava enredado nas guerras no Iraque e no Afeganistão. O anúncio despertou estupor ou mesmo sarcasmo.
Na ocasião, "seu gabinete chegou a perguntar se alguém já havia renunciado a ir a Oslo para receber o prêmio", disse Lundestad. E "a resposta foi não", porque as exceções foram muito raras.
O homem mais poderoso do planeta finalmente fez uma visita relâmpago de 26 horas ao país escandinavo.
Segundo Lundestad, o então ministro das Relações Exteriores da Noruega, Jonas Gahr Støre, tentou dissuadir no ano seguinte o comitê do Nobel, em reuniões com o presidente Thorbjørn Jagland, de conceder o prêmio a um dissidente chinês para não prejudicar as relações entre os dois países.
"Em 25 anos (no comitê), não me recordo de nada parecido", relatou Lundestad.
O comitê do Nobel, que guarda zelosamente sua independência do poder político, ignorou as advertências do ministro e recompensou o chinês Liu Xiaobo, o que realmente deteriorou as relações bilaterais.
Os cinco membros do comitê do Nobel, muitas vezes ex-políticos, são nomeados pelo Parlamento norueguês.
O Prêmio Nobel da Paz 2015 será atribuído no dia 9 de outubro.
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