Presidente iraniano assina acordos comerciais com a Itália

Roma, 25 Jan 2016 (AFP) - O presidente do Irã, Hassan Rohani, assinou nesta segunda-feira, em Roma, uma série de acordos comerciais em meio à primeira visita oficial em 17 de anos de um mandatário iraniano à Europa.

A viagem de Rohani tem como objetivo reativar as relações comerciais e políticas após a suspensão das sanções internacionais contra seu país.

"Entramos em uma nova era para a paz e a estabilidade", assegurou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ao final de um encontro com o mandatário iraniano na sede da prefeitura de Roma.

O presidente iraniano foi recebido primeiro no palácio presidencial para um almoço oficial com seu homólogo italiano, Sergio Mattarella. Depois, reuniu-se com o chefe do governo Matteo Renzi.

Segundo fontes econômicas, a Itália assinou contratos em setores como ferroviário, de segurança e farmacêutico por um montante entre 15 e 17 bilhões de euros.

O presidente iraniano garantiu que seu país está abrindo as portas aos investimentos da Itália e Europa porque quer se tornar um "hub", um ponto central de toda a região.

Rohani com o PapaNa terça-feira, o presidente iraniano será recebido pelo papa Francisco no Vaticano.

Rohani, clérigo xiita, é o segundo presidente do Irã recebido por um pontífice após o encontro entre o presidente Mohamad Khatami e o papa João Paulo II há mais de uma década.

Segundo a imprensa italiana, Rohani comparecerá a um jantar de gala com Renzi, que considerou o pedido dos iranianos para que fosse evitado servir bebida alcoólica na ocasião.

Para quarta-feira, em sua visita à França, Rohani não tem almoços ou jantares programados com as autoridades, já que os franceses não aceitaram o pedido para retirar o vinho do cardápio previsto.

Além do encontro com o papa, Rohani presidirá na terça-feira no fórum econômico sobre as relações Itália-Irã, em que comparecerá a nata do mundo empresarial e industrial italiano.

A Itália tenta recuperar o tempo perdido depois da entrada em vigor do acordo nuclear com as principais potências.

As oportunidades econômicas que se abrem são muitas, o que gera uma corrida por contratos. Os Estados Unidos não têm relações diplomáticas com Teerã há 35 anos e decidiu manter as sanções no setor petroleiro às empresas suspeitas de financiar o terrorismo.

"A Itália era o principal parceiro econômico e comercial do Irã antes das sanções", lembrou a ministra de Desenvolvimento, Federica Guidi.

Antes da entrada em vigor das sanções, o comércio entre a Itália e o Irã chegava a 7 bilhões de euros, enquanto agora é de aproximadamente 1,6 bilhão de euros, dos quais três quartos são exportações italianas.

Nessa corrida por contratos, a empresa aeronáutica europeia com sede na França, Airbus, encontra-se entre entre as primeiras posições.

O ministro dos Transporte do Irã anunciou no sábado que o Irã comprará 114 aviões. Rohani deve assinar o acordo na quarta-feira em Paris.

Trata-se do primeiro anúncio em escala comercial desde a suspensão das sanções e da entrada em vigor do acordo nuclear, em 16 de janeiro.

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