Dezenas de homens encapuzados atacam migrantes em Estocolmo
Estocolmo, 31 Jan 2016 (AFP) - Dezenas de homens encapuzados, supostamente ligados a hooligans e a uma nebulosa rede neonazista, se reuniram na sexta-feira à noite no centro de Estocolmo para atacar migrantes, informou neste sábado a polícia sueca.
Nenhuma vítima havia prestado queixa até o início da tarde de sábado, indicou à AFP um porta-voz da polícia de Estocolmo, Towe Hägg.
Entre 50 e 100 pessoas, mascaradas ou encapuzadas, marcaram um encontro à noite em Sergels Torg, uma grande praça da capital sueca, frequentada por jovens, marginalizados e migrantes menores não acompanhados.
De acordo com testemunhas entrevistadas pelo jornal Aftonbladet, os agressores molestaram "pessoas de aparência estrangeira" e distribuíram um folheto sem assinatura chamando a impor às "crianças norte-africanas nas ruas a punição que merecem".
"Eu estava passando, quanto vi um grupo vestido de preto, mascarado (...) que começou a bater em estrangeiros", relatou uma testemunha. "Eu vi três pessoas sendo agredidas".
Informadas sobre "um plano para agredir migrantes menores de idade não acompanhados no centro de Estocolmo", as autoridades reforçaram a segurança em locais estratégicos. Um homem de 46 anos foi preso depois de acertar um golpe no rosto de um policial disfarçado.
Três pessoas com idades entre vinte e trinta anos foram detidas por perturbar a paz e liberadas em seguida. Outra, que carregava uma faca, será processada por porte de arma proibida.
Uma investigação por "associação para cometer violência com gravante" deve permitir identificar os indivíduos ou organizações por trás dos ataques.
Embora a polícia tenha expulsado rapidamente os agressores, as imagens causaram comoção em todo o país. "O que está acontecendo na Suécia?", questionava neste domingo o jornal Expressen, enumerando incidentes como albergues incendiados ou a animosidade entre as diferentes comunidades.
Todos os jornais, de esquerda e direita, apontam como responsável o primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven, que chegou a índices mínimos de popularidade, e o condenam por ter minimizado os efeitos da onda migratória.
"Os que se atreveram a por em dúvida a relação entre o número de pessoas que chegaram e a capacidade de acolhê-las bem e integrá-las foram acusados de pessimismo e de fazer o jogo da extrema direita", escreveu o jornal Svenska Dagbladet, que defendeu esta linha nos últimos meses.
Em um editorial de 26 de janeiro, o jornal de centro-direita defendeu a expulsão dos delinquentes estrangeiros, uma proposta em consequência da comoção causada pelo assassinato da jovem Alexandra Mezher, no dia anterior.
A moça de 22 anos foi esfaqueada na segunda-feira passada por um adolescente de 15 anos em um abrigo para menores desacompanhados em Mölndal, nos arredores de Gotemburgo.
"Nunca teríamos pensado que isto seria possível na Suécia. Consideramos responsável o governo sueco e o primeiro-ministro", disse o tio da vítima em entrevista à AFP.
O site Nordfront, vitrine do movimento neonazista SMR, afirmou na sexta-feira à noite que uma "centena de hooligans" dos clubes AIK e Djurgården estavam prontos para "fazer o trabalho doméstico entre os migrantes criminosos do Norte da África".
Fontes policiais citadas pelo jornal Aftonbladet confirmam a suspeita contra esses grupos radicais.
Em 2015, 163.000 refugiados pediram asilo na Suécia. O ministro do Interior, Anders Ygeman, anunciou na quarta-feira que o país pretende expulsar quase metade destes migrantes, cujo pedido de asilo tenha sido ou venha a ser rejeitado.
Nenhuma vítima havia prestado queixa até o início da tarde de sábado, indicou à AFP um porta-voz da polícia de Estocolmo, Towe Hägg.
Entre 50 e 100 pessoas, mascaradas ou encapuzadas, marcaram um encontro à noite em Sergels Torg, uma grande praça da capital sueca, frequentada por jovens, marginalizados e migrantes menores não acompanhados.
De acordo com testemunhas entrevistadas pelo jornal Aftonbladet, os agressores molestaram "pessoas de aparência estrangeira" e distribuíram um folheto sem assinatura chamando a impor às "crianças norte-africanas nas ruas a punição que merecem".
"Eu estava passando, quanto vi um grupo vestido de preto, mascarado (...) que começou a bater em estrangeiros", relatou uma testemunha. "Eu vi três pessoas sendo agredidas".
Informadas sobre "um plano para agredir migrantes menores de idade não acompanhados no centro de Estocolmo", as autoridades reforçaram a segurança em locais estratégicos. Um homem de 46 anos foi preso depois de acertar um golpe no rosto de um policial disfarçado.
Três pessoas com idades entre vinte e trinta anos foram detidas por perturbar a paz e liberadas em seguida. Outra, que carregava uma faca, será processada por porte de arma proibida.
Uma investigação por "associação para cometer violência com gravante" deve permitir identificar os indivíduos ou organizações por trás dos ataques.
Embora a polícia tenha expulsado rapidamente os agressores, as imagens causaram comoção em todo o país. "O que está acontecendo na Suécia?", questionava neste domingo o jornal Expressen, enumerando incidentes como albergues incendiados ou a animosidade entre as diferentes comunidades.
Todos os jornais, de esquerda e direita, apontam como responsável o primeiro-ministro social-democrata Stefan Löfven, que chegou a índices mínimos de popularidade, e o condenam por ter minimizado os efeitos da onda migratória.
"Os que se atreveram a por em dúvida a relação entre o número de pessoas que chegaram e a capacidade de acolhê-las bem e integrá-las foram acusados de pessimismo e de fazer o jogo da extrema direita", escreveu o jornal Svenska Dagbladet, que defendeu esta linha nos últimos meses.
Em um editorial de 26 de janeiro, o jornal de centro-direita defendeu a expulsão dos delinquentes estrangeiros, uma proposta em consequência da comoção causada pelo assassinato da jovem Alexandra Mezher, no dia anterior.
A moça de 22 anos foi esfaqueada na segunda-feira passada por um adolescente de 15 anos em um abrigo para menores desacompanhados em Mölndal, nos arredores de Gotemburgo.
"Nunca teríamos pensado que isto seria possível na Suécia. Consideramos responsável o governo sueco e o primeiro-ministro", disse o tio da vítima em entrevista à AFP.
O site Nordfront, vitrine do movimento neonazista SMR, afirmou na sexta-feira à noite que uma "centena de hooligans" dos clubes AIK e Djurgården estavam prontos para "fazer o trabalho doméstico entre os migrantes criminosos do Norte da África".
Fontes policiais citadas pelo jornal Aftonbladet confirmam a suspeita contra esses grupos radicais.
Em 2015, 163.000 refugiados pediram asilo na Suécia. O ministro do Interior, Anders Ygeman, anunciou na quarta-feira que o país pretende expulsar quase metade destes migrantes, cujo pedido de asilo tenha sido ou venha a ser rejeitado.