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Enviado da ONU para Síria descarta novas negociações entre 2 e 3 semanas

26/05/2016 16h54

Nações Unidas, Estados Unidos, 26 Mai 2016 (AFP) - O enviado das Nações Unidas para a Síria disse nesta quinta-feira, no Conselho de Segurança da ONU, que não tem previsto convocar uma nova rodada de negociações de paz nas próximas duas ou três semanas, asseguraram diplomatas.

Staffan de Mistura participou de uma sessão a portas fechadas do Conselho e prestou contas de um relatório de sua missão por videoconferência.

De lá, transmitiu "sua intenção de começar a nova sessão de negociações assim que possível, mas certamente não antes de duas ou três semanas", segundo uma nota difundida pelo gabinete do enviado.

No entanto, destacou ser necessário em primeiro lugar ver avanços no cessar-fogo e a entrega de ajuda humanitária antes da retomada das negociações entre o governo sírio e a oposição armada.

Mistura "vai manter os contatos permanentes com as partes sírias e os membros do Grupo Internacional de apoio à Síria com o cometido de definir o momento adequado para voltar a convocar as partes em Genebra".

Segundo diplomatas presentes no encontro, Mistura disse que a violência diminuiu em termos gerais, mas que em muitos lugares, a cessação das hostilidades acordada oficialmente no fim de fevereiro não era respeitada.

Sobre o acesso humanitário, afirmou, a ONU precisa de garantias de segurança para que os aviões possam entregar a ajuda humanitária.

Os Estados Unidos compartilham "a frustração" de Mistura ante "a insuficiência de acesso à ajuda humanitária", declarou em coletiva de imprensa a embaixadora americana no Conselho, Samantha Power.

Power lançou um apelo à Rússia para que faça pressão sobre seu aliado sírio: "a Rússia tem uma responsabilidade particular de fazer pressão sobre o regime (do presidente Bashar al-Assad) para que respeite o cessar das hostilidades e pare de bombardear e assediar os civis sírios inocentes".

Até agora, duas instâncias indiretas de negociação entre as principais partes em conflito na Síria foram realizadas em Genebra sob os auspícios da ONU.

A última delas, em abril, foi interrompida após a retirada da delegação de grupos rebeldes, e nenhuma resultou em grandes avanços.

Reunido em 17 de maio, em Viena, o Grupo Internacional de Apoio à Síria (21 países e três organizações multilaterais), copresidido por Rússia e Estados Unidos, não conseguiu entrar em acordo para estabelecer um calendário de retomada dos diálogos de paz.

Mistura afirmou à imprensa em Genebra nesta quinta-feira que muitos civis estão em risco de morrer de fome na Síria se a ajuda humanitária não chegar rapidamente a várias localidades comprometidas.