Permanência do Reino Unido na União Europeia ganha força
Londres, 26 Mai 2016 (AFP) - Uma série de pesquisas recentes dão uma vantagem clara para o campo que deseja a permanência do Reino Unido na União Europeia, a quatro semanas para o referendo decisório.
De acordo com uma média das últimas seis pesquisas estipulada na quarta-feira pelo instituto What UK Think, o campo "Remain" (permanência) lidera com 53% dos votos contra 47% para o voto do "Leave" (deixar).
Na terça-feira, o jornal Daily Telegraph observou, com base em uma pesquisa do instituto ORB, que até mesmo entre os conservadores e eleitores mais velhos, que há dois meses se diziam majoritariamente favoráveis à saída da UE, mudaram de lado.
"O campo da permanência continua a reforçar a sua posição (...) enquanto que o do Brexit tem perdido força por não conseguir acalmar os receios sobre as consequências financeiras e econômicas de uma saída do bloco", comentou no jornal o estrategista político Lynton Crosby, próximo do primeiro-ministro conservador David Cameron, que luta pela permanência na UE.
Uma referência aos avisos de quebra lançados pelo Tesouro britânico, o Banco da Inglaterra, o Fundo Monetário Internacional e até o presidente americano Barack Obama, e todos preveem consequências econômicas difíceis ao país em caso de saída da UE.
"As pesquisas nos apontam sistematicamente à frente", comemorou esta semana James McGrory, porta-voz da campanha oficial para a manutenção na UE, "Britain Stronger in Europe".
Do lado oposto, Nigel Farage, líder do partido eurocético Ukip, reagiu afirmando que "a estrada ainda é longa e que apenas um louco ousaria prever o resultado do referendo".
Contudo, para John Curtice, professor da universidade de Strathclyde da Escócia, "a psicologia da campanha mudou" em favor do campo que defende a permanência.
"Mobilizar mais do que persuadir"Isso não impede os alertas contra conclusões precipitadas, enquanto todos no país têm vivo na memória o fracasso dos institutos de pesquisa que não conseguiram prever a vitória conservadora no parlamento em 2015.
"Não está claro que chegamos a um ponto de inflexão", acrescentou.
Especialmente porque o fosso cada vez maior entre os dois campos foi acompanhado por uma mudança na metodologia de pesquisa utilizada pelos institutos: há algumas semanas eles passaram a adotar preferencialmente o método de pesquisa por telefone, enquanto que anteriormente as pesquisas online eram maioria.
Uma explicação proposta por John Curtice é que as pesquisas por telefone privilegiam as amostras que compreendem um maior número de diplomados. Estes, em sua maioria, querem ficar na UE. Bem como os jovens que são "culturalmente e economicamente confortáveis com a globalização e a imigração", um tema central da campanha.
As minorias étnicas também tendem a ser mais pró-UE, apesar das tentativas de sedução pró-Brexit, que lhes promete abrir mais portas para a imigração do subcontinente indiano se o país fechar suas fronteiras aos europeus.
Mas, como para os jovens, o desafio será o de levá-los a votar.
"Estamos entrando em uma corrida pela participação", diz Matthew Goodwin, membro do centro de reflexão Chatham House, e cada lado tenta agora concentrar suas forças na mobilização dos eleitores. "Nesse referendo, agora é mais uma questão de mobilização do que de persuasão."
/jk/pyv/ros/mr
De acordo com uma média das últimas seis pesquisas estipulada na quarta-feira pelo instituto What UK Think, o campo "Remain" (permanência) lidera com 53% dos votos contra 47% para o voto do "Leave" (deixar).
Na terça-feira, o jornal Daily Telegraph observou, com base em uma pesquisa do instituto ORB, que até mesmo entre os conservadores e eleitores mais velhos, que há dois meses se diziam majoritariamente favoráveis à saída da UE, mudaram de lado.
"O campo da permanência continua a reforçar a sua posição (...) enquanto que o do Brexit tem perdido força por não conseguir acalmar os receios sobre as consequências financeiras e econômicas de uma saída do bloco", comentou no jornal o estrategista político Lynton Crosby, próximo do primeiro-ministro conservador David Cameron, que luta pela permanência na UE.
Uma referência aos avisos de quebra lançados pelo Tesouro britânico, o Banco da Inglaterra, o Fundo Monetário Internacional e até o presidente americano Barack Obama, e todos preveem consequências econômicas difíceis ao país em caso de saída da UE.
"As pesquisas nos apontam sistematicamente à frente", comemorou esta semana James McGrory, porta-voz da campanha oficial para a manutenção na UE, "Britain Stronger in Europe".
Do lado oposto, Nigel Farage, líder do partido eurocético Ukip, reagiu afirmando que "a estrada ainda é longa e que apenas um louco ousaria prever o resultado do referendo".
Contudo, para John Curtice, professor da universidade de Strathclyde da Escócia, "a psicologia da campanha mudou" em favor do campo que defende a permanência.
"Mobilizar mais do que persuadir"Isso não impede os alertas contra conclusões precipitadas, enquanto todos no país têm vivo na memória o fracasso dos institutos de pesquisa que não conseguiram prever a vitória conservadora no parlamento em 2015.
"Não está claro que chegamos a um ponto de inflexão", acrescentou.
Especialmente porque o fosso cada vez maior entre os dois campos foi acompanhado por uma mudança na metodologia de pesquisa utilizada pelos institutos: há algumas semanas eles passaram a adotar preferencialmente o método de pesquisa por telefone, enquanto que anteriormente as pesquisas online eram maioria.
Uma explicação proposta por John Curtice é que as pesquisas por telefone privilegiam as amostras que compreendem um maior número de diplomados. Estes, em sua maioria, querem ficar na UE. Bem como os jovens que são "culturalmente e economicamente confortáveis com a globalização e a imigração", um tema central da campanha.
As minorias étnicas também tendem a ser mais pró-UE, apesar das tentativas de sedução pró-Brexit, que lhes promete abrir mais portas para a imigração do subcontinente indiano se o país fechar suas fronteiras aos europeus.
Mas, como para os jovens, o desafio será o de levá-los a votar.
"Estamos entrando em uma corrida pela participação", diz Matthew Goodwin, membro do centro de reflexão Chatham House, e cada lado tenta agora concentrar suas forças na mobilização dos eleitores. "Nesse referendo, agora é mais uma questão de mobilização do que de persuasão."
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