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Otan apela aliados a se preparar para 'ameaça potencial' da Rússia

30/05/2016 15h44

Tirana, 30 Mai 2016 (AFP) - A assembleia parlamentar da Otan pediu nesta segunda-feira a seus aliados que se preparem para responder a uma "potencial ameaça" da Rússia contra um deles, depois de uma sessão de três dias em Tirana.

"O desafio da Rússia é real e sério", declarou o americano Michael Turner, que presidiu o encontro com cerca de 250 parlamentares de 28 países-membros da Aliança.

A declaração aprovada por unanimidade lamenta "o uso da força pela Rússia contra seus vizinhos e tentativas de intimidação de aliados" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Nessas circunstâncias, a Otan "não tem outra escolha a não ser considerar a possibilidade de ações agressivas da Rússia contra um membro da Aliança como uma ameaça potencial e adotar respostas adequadas e proporcionais", acrescenta o comunicado.

A declaração insta os aliados a "garantir a segurança" dos países-membros, localizados principalmente na zona leste da Otan, que sentem sua segurança ameaçada.

A organização suspendeu todos os aspectos práticos de sua cooperação com a Rússia, após a anexação da Crimeia pela Rússia e por causa do apoio russo aos separatistas no leste da Ucrânia. A Aliança anunciou, porém, que manterá discussões com a Rússia antes da cúpula da Otan programada para 8 e 9 de julho, em Varsóvia.

Em abril, o Conselho Otan-Rússia realizou sua primeira reunião desde junho de 2014. As discussões resultaram em "sérias divergências" sobre a Ucrânia e sobre outros assuntos, embora o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, tenha assegurado que as trocas foram "frutíferas".

A Otan tem reforçado sua presença militar para aumentar a velocidade de reação de suas forças em caso de repetição de uma crise como a da Ucrânia. A Rússia alega que o aumento da presença de tropas e de equipamentos de combate no Leste Europeu representa uma ameaça à sua segurança.

A assembleia parlamentar da Otan garante, no entanto, que a Aliança estudará formas de "reduzir as tensões com a Rússia", ao mesmo tempo em que "abordará as violações inaceitáveis pela Rússia das normas internacionais".

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