Topo

Oscar convida mulheres e minorias étnicas para promover diversidade

30/06/2016 21h48

Los Angeles, 1 Jul 2016 (AFP) - Quase metade dos convidados a se integrar neste ano à organização que entrega os prêmios Oscar é formada por mulheres, negros e outras minorias étnicas - anunciou a Academia de Cinema, respondendo, assim, às críticas pela falta de diversidade em suas cerimônias.

A festa será realizada em 26 de fevereiro de 2017.

O recorde de 683 pessoas inclui estrelas em ascensão como John Boyeda, do último episódio de "Star Wars"; a atriz Emma Watson, de "Harry Potter"; a ganhadora sueca do Oscar Alicia Vikander; e a musicista Mary J. Blige, disse a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que entrega os prêmios.

Do grupo convidado neste ano - que também inclui a diretora indo-canadense Deepa Mehta, o cineasta curdo-belga Sahim Omar Khalifa e o diretor iraniano Abbas Kiarostami - 283 são membros internacionais e representam 59 países.

As mulheres representam 46% do total, e as minorias étnicas, 41%, acrescentou a Academia, ressaltando que a lista inclui 28 ganhadores e 98 indicados. O convidado mais jovem tem 24 anos, e o mais velho, 91.

Essa ampliação é feita após as fortes críticas sobre falta de diversidade nos membros da Academia e entre os vencedores do Oscar.

Na premiação de fevereiro, os 20 indicados nas principais categorias eram brancos, o que provocou apelos de boicote ao evento e revolta nas redes sociais que se cristalizaram na hashtag #OscarsSowhite.

"Essa lista continua nosso longo compromisso de receber o extraordinário e brilhante talento daqueles que trabalham no cinema hoje", disse a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs.

"Convocamos a grande comunidade criativa a abrir ainda mais suas portas e a criar oportunidades para qualquer pessoa que esteja interessada em trabalhar nessa incrível indústria cheia de histórias", acrescentou em um comunicado.

Se a maioria dos convidados decidir aceitar a convocação, a demografia dos membros da Academia começará a mudar e deixará de ser principalmente branca, masculina, ou essencialmente maior de 60 anos.

Mas levará tempo para diversificar os mais de 6.000 eleitores da organização.

O percentual de membros masculinos, hoje em 75%, cairá para 73%, se todos os convidados deste ano comparecerem. Os brancos passariam de 92% para 89%.

Os diretores da Academia prometeram dobrar o número de mulheres e de minorias étnicas até 2020.

A idade média de seus membros é 63 anos, declarou à AFP um integrante da organização no início do ano.

Cada candidato deve ser apoiado por dois membros que acreditem que ele, ou ela, "demonstrou conquistas excepcionais no cinema".

Os indicados ao Oscar também devem ser considerados.

A partir deste ano, o direito a voto para os novos membros será de apenas 10 anos e será renovado apenas se os integrantes estiverem ativos em filmes durante este tempo.

Embora muitos tenham saudado a decisão da Academia de aumentar a diversidade entre seus membros, outros questionaram, porém, se todos os convidados merecem essa honra.

"Alguns são muito conhecidos e inquestionavelmente talentosos, mas suas conquistas no campo do cinema, em comparação com outras mídias, parecem faltar", afirmou Scott Feinberg, analista de prêmios para a revista The Hollywood Reporter.

"Certo, um pouco de progresso é melhor do que nenhum progresso", prosseguiu.

"Mas não estou convencido de que uma Academia com membros mais diversos, mas menos qualificados, seja uma Academia melhor", completou.