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Campanha de Hillary acusa Trump de incitar 'espionagem' pela Rússia

Timothy A. Clary/ AFP
Imagem: Timothy A. Clary/ AFP

Em Filadélfia, Estados Unidos

27/07/2016 15h25

A equipe de campanha da candidata democrata à presidência dos EUA, Hillary Clinton, condenou nesta quarta-feira (27) o republicano Donald Trump por estimular a Rússia a espionar os e-mails da ex-secretária de Estado, ao considerar que trata-se de uma "questão de segurança nacional".

"Deve ser a primeira vez que um candidato à presidência efetivamente incita uma potência estrangeira a fazer espionagem contra seu adversário político", disse Jack Sullivan, assessor de Hillary na campanha eleitoral.

O caso, acrescentou, "passou de um assunto curioso para uma questão política, uma questão de segurança nacional".

Trump, que agora como candidato republicano poderá receber seu primeiro relatório reservado de inteligência, sugeriu nesta quarta-feira à Rússia que ajude a encontrar e-mails que foram apagados dos servidores que Hillary usou quando era secretária de Estado.

O FBI (a polícia federal americana) chegou neste mês à conclusão que Hillary e sua equipe foram "extremamente descuidados" no trato de material sigiloso em seus servidores privados de e-mail, mas não recomendou a apresentação de denúncias formais contra ela.

Para os republicanos, o desaparecimento desses e-mails é fortemente suspeito.

"Rússia, se estiver escutando isso, espero que seja capaz de encontrar os 30.000 e-mails que estão faltando", disse Trump em uma coletiva de imprensa.

 



A acusação de Trump de fomentar a espionagem por outro país ocorre em um momento em que as autoridades suspeitam que a Rússia tenha sido responsável pela invasão dos servidores de e-mail do Comitê Nacional do Partido Democrata, e a divulgação pública de 20.000 mensagens.

A equipe de Hillary acredita que a Rússia tenha passado esses e-mails para o WikiLeaks, que divulgaram na semana passada, para gerar uma crise entre Hillary e seu adversário na disputa interna do partido, o senador Bernie Sanders.

O escândalo com os e-mails do comitê democrata provocaram a renúncia da presidente do partido, a legisladora Debbie Wasserman Schultz, e inflamou as tensões internas na Convenção Nacional do partido na Filadélfia.