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Líderes mundiais destacam papel de Peres como campeão da paz

Shimon Peres morreu aos 93 anos, em Israel - Baz Ratner/ Reuters
Shimon Peres morreu aos 93 anos, em Israel Imagem: Baz Ratner/ Reuters

Em Washington (EUA)

28/09/2016 02h04

Os presidente de Estados Unidos, França e Alemanha saudaram o líder israelense Shimon Peres, falecido nesta quarta-feira (28), como um campeão que jamais deixou de acreditar na paz.

"Esta noite, Michelle e eu nos unimos a todos que, em Israel, nos Estados Unidos e em todo o mundo prestam homenagem à extraordinária vida do nosso querido amigo Shimon Peres", assinalou o presidente americano, Barack Obama.

Peres foi "um pai fundador do Estado de Israel e um homem de Estado cujo compromisso com a segurança e a busca da paz era fundamentado em sua inquebrantável força moral e em seu inquebrantável otimismo", declarou Obama.

"Há poucas pessoas com quem compartilhamos este mundo capazes de mudar o curso da história humana (...). Meu amigo Shimon era uma destas pessoas".

"Talvez porque tenha visto Israel superar imensos perigos, Shimon jamais renunciou à possibilidade da paz entre israelenses, palestinos e os vizinhos de Israel", concluiu o líder americano.

O presidente francês, François Hollande, afirmou que Peres foi "um dos mais ardentes defensores da paz" e "amigo fiel" da França.

"Shimon Peres pertence agora à História, que foi companheira durante sua longa vida". "Israel perde um de seus estadistas mais ilustres; a paz, um de seus mais ardentes defensores, e a França, um amigo fiel", disse Hollande.

Segundo o presidente francês, Peres era um "visionário que impressionava seus interlocutores com sua capacidade de propor iniciativas audazes e ideias novas".

O presidente alemão, Joachim Gauck, recordou a "força de vontade" de Peres para "fazer avançar o processo de paz com os palestinos".

"Apesar das atrocidades perpetradas (pelos nazistas) contra sua família durante o Holocausto, Shimon Peres estendeu a mão" aos alemães, disse Gauck em uma mensagem a seu colega israelense, Reuven Rivlin. "Por esta atitude, somos muito gratos a ele".

"Sua vida a serviço da paz e da reconciliação pode servir de exemplo para os jovens".

O ex-presidente americano Bill Clinton afirmou que Peres foi "um gênio com um grande coração".

Clinton, que supervisionou a assinatura, em Washington, dos Acordos de Oslo entre israelenses e palestinos, disse que Peres foi "um fervoroso advogado da paz e da reconciliação".

"Jamais esquecerei como ficou feliz há 23 anos quando firmou os Acordos de Oslo sobre o gramado da Casa Branca, anunciando uma era de maior esperança nas relações entre israelenses e palestinos".

O ex-primeiro-ministro britânico e enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio, Tony Blair, disse que "Shimon Peres era um gigante da política, um homem de Estado que continuará sendo considerado um dos maiores de nossa época e de todas as épocas, alguém de quem eu gostava profundamente".

Reação em casa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, chamou de "visionário" e "paladino" da segurança do país o falecido ex-presidente e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres.

"Shimon dedicou sua vida ao renascimento de nosso povo. Era um visionário que olhava para o futuro. Era também um paladino da defesa de Israel, cujas capacidades reforçou de múltiplas maneiras", disse Netanyahu, em uma aparente referência ao envolvimento de Peres no desenvolvimento do programa nuclear israelense e das capacidades militares do país.

Após receber a notícia, Netanyahu convocou o gabinete para uma reunião de luto.