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Frontex quer agilizar repatriação de imigrantes em situação ilegal

26/10/2016 14h46

Roma, 26 Out 2016 (AFP) - A agência para a proteção das fronteiras da União Europeia (Frontex) anunciou nesta quarta-feira, em Roma, que está disposta a agilizar o sistema de repatriação dos imigrantes que não têm direito ao status de refugiados, como exigem vários países do velho continente.

O anúncio foi feito pelo diretor da agência, Fabrice Leggeri, durante uma conferência de imprensa realizada na capital italiana.

A Frontex repatriou neste ano 7.800 imigrantes, que tiveram o direito de asilo negado, e calcula que esse número vai aumentar.

Leggeri afirma que alguns Estados-membros da UE têm dificuldades para assinar acordos de repatriação com os países de origem ou trânsito dos migrantes por questões políticas, de modo que a Frontex poderia desempenhar um papel importante.

"Temos os meios e a competência", assegurou Leggeri.

A agência organiza repatriações aos Bálcãs, assim como ao Paquistão e à Nigéria, um dos países de onde sai um grande número de indocumentados.

A UE assinou neste mês um acordo de repatriação com o Afeganistão, apesar dos protestos de algumas organizações de direitos humanos, e a Itália começou em agosto a devolver migrantes ao Sudão, provocando de novo consternação em alguns setores políticos.

Países como Etiópia, Mali, Níger, Nigéria e Senegal "foram identificados como países prioritários", com os que se deve agilizar as repatriações dos migrantes que não têm perspectivas de asilo através de acordos específicos.

Leggeri admitiu que, a nível da UE, "só 40% das decisões de repatriação foram aplicadas", e que a Frontex está trabalhando para ajudar cada país a melhorar o processo, particularmente em relação à identificação de indocumentados.

A Itália recebeu neste ano quase 157.000 pessoas das 328.000 que atravessaram o Mediterrâneo.

A maioria delas chegou à Grécia no início deste ano, principalmente sírios e afegãos, que fogem dos conflitos e da fome.

Na Itália, o maior grupo provém da Nigéria, seguida pela Eritreia, Sudão e Gâmbia.

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