Diálogo de paz do governo da Colômbia com ELN depende da libertação de refém
Quito, 27 Out 2016 (AFP) - O lançamento dos diálogos de paz entre o governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) estava em suspenso nesta quinta-feira, à espera de que esta guerrilha liberte um dos sequestrados que mantém em seu poder.
A poucas horas da cerimônia, prevista para as 17h00 locais (20h00 de Brasília) em um museu do norte de Quito, o ELN, segundo grupo insurgente da Colômbia, ainda não entregou o congressista Odín Sánchez, do governista Partido de la U, detido desde abril.
Ao anunciar no dia 10 de outubro em Caracas a instauração de uma mesa formal de negociações para colocar fim a meio século de conflito armado, as duas partes decidiram "iniciar o processo de libertação dos sequestrados/detidos com dois casos até 27 de outubro".
"Não assinei resolução designando negociadores com o ELN porque não libertaram Odín Sánchez", escreveu na noite de quarta-feira o presidente Juan Manuel Santos.
Mas o presidente, que está tentando salvar em Havana o acordo alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, a principal guerrilha do país), espera com "razoável confiança" que o ELN cumpra com esta condição imposta para começar a negociar.
"Ainda há um tempo, horas", afirmou também na noite de quarta-feira o chefe negociador do governo, Juan Camilo Restrepo.
Ele disse que, caso Sánchez seja libertado, "simultaneamente" o governo concederá a condição de agentes ou gestores de paz a dois militantes do ELN presos.
Em declarações divulgadas na conta do Twitter do ELN, o comandante Pablo Beltrán, chefe negociador dos rebeldes, afirmou: "Tudo o que foi combinado estamos cumprindo (...) A delegação para os diálogos está desde ontem à noite em Quito".
Não se sabe o número exato de reféns do ELN, um grupo que pegou em armas em 1964, inspirado na revolução cubana e na Teologia da Libertação, e com 1.500 estimados oficialmente (contra os 5.765 combatentes das Farc, segundo seus próprios cálculos).
Além de Sánchez, fontes eclesiásticas disseram à AFP que o médico Édgar Torres certamente também está nas mãos desta guerrilha no departamento de Chocó (noroeste).
A Igreja católica, um ator próximo às negociações, afirmou na terça-feira que a operação de libertação estava "a caminho".
Mas diante dos crescentes rumores de que a entrega de Sánchez já teria sido realizada em um remoto município de Chocó, fronteiriço com o Panamá, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), usual facilitador de entregas de reféns e transferências de guerrilheiros na Colômbia, negou ter ativado "alguma operação com este objetivo".
"Da mesma forma que com as Farc a princípio (...) o que falha ainda com o ELN é a falta de confiança entre as duas delegações", explicou à AFP Frédéric Massé, especialista em grupos armados da Universidade Externado da Colômbia.
Santos, vencedor do Nobel da Paz, se prepara para negociar com o ELN ao mesmo tempo que tenta salvar o processo com as Farc após a surpreendente derrota eleitoral de 2 de outubro, quando um acordo histórico com esta guerrilha foi rejeitado em um referendo.
Com o ELN, uma guerrilha financiada sobretudo com sequestros, o narcotráfico e a mineração ilegal, as negociações acontecerão no Equador, Venezuela, Chile, Brasil e Cuba, mediadores dos diálogos ao lado da Noruega.
Será a quinta vez que o governo e o ELN tentam alcançar a paz desde a década de 1980.
A poucas horas da cerimônia, prevista para as 17h00 locais (20h00 de Brasília) em um museu do norte de Quito, o ELN, segundo grupo insurgente da Colômbia, ainda não entregou o congressista Odín Sánchez, do governista Partido de la U, detido desde abril.
Ao anunciar no dia 10 de outubro em Caracas a instauração de uma mesa formal de negociações para colocar fim a meio século de conflito armado, as duas partes decidiram "iniciar o processo de libertação dos sequestrados/detidos com dois casos até 27 de outubro".
"Não assinei resolução designando negociadores com o ELN porque não libertaram Odín Sánchez", escreveu na noite de quarta-feira o presidente Juan Manuel Santos.
Mas o presidente, que está tentando salvar em Havana o acordo alcançado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc, a principal guerrilha do país), espera com "razoável confiança" que o ELN cumpra com esta condição imposta para começar a negociar.
"Ainda há um tempo, horas", afirmou também na noite de quarta-feira o chefe negociador do governo, Juan Camilo Restrepo.
Ele disse que, caso Sánchez seja libertado, "simultaneamente" o governo concederá a condição de agentes ou gestores de paz a dois militantes do ELN presos.
Em declarações divulgadas na conta do Twitter do ELN, o comandante Pablo Beltrán, chefe negociador dos rebeldes, afirmou: "Tudo o que foi combinado estamos cumprindo (...) A delegação para os diálogos está desde ontem à noite em Quito".
Não se sabe o número exato de reféns do ELN, um grupo que pegou em armas em 1964, inspirado na revolução cubana e na Teologia da Libertação, e com 1.500 estimados oficialmente (contra os 5.765 combatentes das Farc, segundo seus próprios cálculos).
Além de Sánchez, fontes eclesiásticas disseram à AFP que o médico Édgar Torres certamente também está nas mãos desta guerrilha no departamento de Chocó (noroeste).
A Igreja católica, um ator próximo às negociações, afirmou na terça-feira que a operação de libertação estava "a caminho".
Mas diante dos crescentes rumores de que a entrega de Sánchez já teria sido realizada em um remoto município de Chocó, fronteiriço com o Panamá, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), usual facilitador de entregas de reféns e transferências de guerrilheiros na Colômbia, negou ter ativado "alguma operação com este objetivo".
"Da mesma forma que com as Farc a princípio (...) o que falha ainda com o ELN é a falta de confiança entre as duas delegações", explicou à AFP Frédéric Massé, especialista em grupos armados da Universidade Externado da Colômbia.
Santos, vencedor do Nobel da Paz, se prepara para negociar com o ELN ao mesmo tempo que tenta salvar o processo com as Farc após a surpreendente derrota eleitoral de 2 de outubro, quando um acordo histórico com esta guerrilha foi rejeitado em um referendo.
Com o ELN, uma guerrilha financiada sobretudo com sequestros, o narcotráfico e a mineração ilegal, as negociações acontecerão no Equador, Venezuela, Chile, Brasil e Cuba, mediadores dos diálogos ao lado da Noruega.
Será a quinta vez que o governo e o ELN tentam alcançar a paz desde a década de 1980.
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