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Morales denuncia conspiração contra Maduro na Venezuela

28/10/2016 19h40

La Paz, 28 Out 2016 (AFP) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou nesta sexta-feira um movimento conspirativo de direita na Venezuela para derrubar Nicolás Maduro, com apoio dos Estados Unidos, e chamou a população a confrontá-lo.

"Há uma conspiração aberta dos Estados Unidos contra a revolução bolivariana da Venezuela", declarou o presidente boliviano, ao lado da chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.

A chefe da diplomacia venezuelana chegou inesperadamente ao país para comemorar, segundo ela, o aniversário de 57 anos de Morales, "o grande chefe do sul", no último 26 de outubro, revisar assuntos bilaterais e conversar sobre "a situação da Venezuela e a situação da região".

Morales disse estar a par da aprovação de uma resolução de juízo político contra Maduro no legislativo venezuelano, dominado pela oposição.

"Nós estudamos no Palácio (Quemado, de La Paz) se era legal, se era constitucional (e concluímos que) é inconstitucional, e está orientado para um golpe de Estado", afirmou.

Segundo Morales, a convocatória da oposição venezuelana para "uma marcha até o palácio de Miraflores, é uma conspiração, é um golpe".

"Os povos vamos defender nossas revoluções democráticas", advertiu.

Apesar do quadro político e social na Venezuela, Morales disse que espera "reconfirmar, até agora confirmado, que o presidente Maduro estará em 18 de dezembro" na região da coca boliviana, seu bastião eleitoral, no dia da Revolução Democrática Cultural.

Nesse dia se comemora a vitória de Morales nas eleições de 2005, que lhe permitiu assumir o seu primeiro mandato em janeiro de 2006.

A última vez que Maduro chegou a essa região do trópico boliviano foi em outubro de 2015, quando pactou com Morales um modelo bilateral social-comunitário até 2025.

"Nosso processo de integração vai continuar, talvez com algumas dificuldades" em meio a um novo quadro político na América do Sul, com mais governos de direita ou conservadores, disse Morales.

Setores leais a Morales buscam apresentá-lo novamente como candidato à presidente em 2020, apesar de terem perdido, em fevereiro passado, um referendo nacional para modificar a Constituição de modo a permitir um quarto mandato.

Segundo a oposição, sua última reeleição, resultado de uma interpretação inconstitucional, foi ilegal.