Mossul: coalizão faz 'pausa' para consolidar avanço sobre Mossul
Washington, 29 Out 2016 (AFP) - As forças iraquianas e curdas farão uma "pausa" para consolidar suas conquistas desde o início da ofensiva contra o grupo Estado Islâmico (EI) para retomar o controle da cidade de Mossul - informou um porta-voz militar da coalizão internacional nesta sexta-feira (28).
"Acreditamos que vai durar uns dois dias e, depois, seguiremos a marcha para Mossul", afirmou o coronel americano John Dorrian durante uma videoconferência de Bagdá, na qual confirmou que essa pausa faz parte da estratégia ocidental.
Apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, as forças iraquianas lançaram na semana passada uma ofensiva para recuperar Mossul, bastião do EI no Iraque e cidade declarada como "califado" dos extremistas em junho de 2014.
Até agora, a ofensiva seguiu o plano traçado, segundo autoridades militares americanas e iraquianas.
O objetivo da "pausa" é que as tropas "se reposicionem, se reequipem e façam a limpeza" nas zonas conquistadas, completou o coronel.
"Esperávamos que houvesse momentos, nos quais precisariam fazer uma pausa e se reposicionar", acrescentou.
Além disso, servirá para que as forças iraquianas ajustem suas estratégias às decisões tomadas pelo inimigo.
A coalizão continua bombardeando os extremistas. Dois dos principais alvos são os túneis usados para atacar as tropas iraquianas, assim como os centros de comando.
Desde que a ofensiva rumo a Mossul começou, a coalizão lançou cerca de 2.500 "bombas, mísseis, obuses, ou mísseis teleguiados", relatou o porta-voz militar.
De acordo com estimativas americanas, há entre 3.000 e 5.000 combatentes extremistas em Mossul, além de mais de 2.000 outros espalhados na periferia da cidade.
- ONU relata massacres -As Nações Unidas informaram nesta sexta-feira que ao menos 232 pessoas foram massacradas pelo EI durante a semana na região de Mossul, em meio ao espectro de um grande deslocamento de civis devido à ofensiva da coalizão.
Os assassinatos são apenas os últimos de uma série de atrocidades perpetradas pela organização extremista desde 2014, destacou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Alguns relatos dizem respeito a "execuções por fuzilamento na quarta-feira", 26 de outubro, de 232 pessoas, informou a porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, a jornalistas em Genebra.
Entre as vítimas havia "190 ex-oficiais da segurança iraquiana", acrescentou, observando que o número total de pessoas mortas pode ser maior.
A ofensiva lançada em 17 de outubro pelas forças de segurança iraquianas para retomar o controle do último grande reduto do EI no Iraque permitiu apertar o cerco sobre Mossul pelo norte, leste e sul, mas o número de pessoas fugindo da organização radical aumenta.
As organizações humanitárias organizavam nesta sexta-feira acampamentos para acomodar os civis em fuga.
"Constatamos um aumento enorme de civis em fuga nos últimos dias, e eles serão acomodados nos acampamentos", declarou à AFP Karl Schembri, conselheiro regional do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).
Segundo ele, a situação "é preocupante" porque as forças iraquianas ainda não entraram na cidade. Quando isso acontecer, "vamos assistir a um deslocamento em massa".
'Independência' curdaOs deslocados da guerra são apenas um dos muitos problemas que assombram o Iraque.
Outra questão importante é a relação entre Bagdá e a região autônoma curda, cujas forças Peshmergas desempenham um papel importante na guerra contra o EI, lutando contra os extremistas, mas também alargando o território sob seu controle para além de sua fronteira oficial.
Isso representaria um problema especialmente se o Curdistão pressionar para obter independência, uma questão que o primeiro-ministro da região disse que queria colocar sobre a mesa depois de retomar Mossul.
"Assim que Mossul for libertada, vamos nos reunir com nossos parceiros em Bagdá e discutir a nossa independência", disse Nechirvban Barzani ao jornal alemão Bild.
"Nós não somos árabes, somos nossa própria nação curda. (...) Em um determinado momento, haverá um referendo sobre a independência do Curdistão e vamos deixar o povo decidir", acrescentou.
bur-wd/cmk-mer/mr/tt/lr
"Acreditamos que vai durar uns dois dias e, depois, seguiremos a marcha para Mossul", afirmou o coronel americano John Dorrian durante uma videoconferência de Bagdá, na qual confirmou que essa pausa faz parte da estratégia ocidental.
Apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, as forças iraquianas lançaram na semana passada uma ofensiva para recuperar Mossul, bastião do EI no Iraque e cidade declarada como "califado" dos extremistas em junho de 2014.
Até agora, a ofensiva seguiu o plano traçado, segundo autoridades militares americanas e iraquianas.
O objetivo da "pausa" é que as tropas "se reposicionem, se reequipem e façam a limpeza" nas zonas conquistadas, completou o coronel.
"Esperávamos que houvesse momentos, nos quais precisariam fazer uma pausa e se reposicionar", acrescentou.
Além disso, servirá para que as forças iraquianas ajustem suas estratégias às decisões tomadas pelo inimigo.
A coalizão continua bombardeando os extremistas. Dois dos principais alvos são os túneis usados para atacar as tropas iraquianas, assim como os centros de comando.
Desde que a ofensiva rumo a Mossul começou, a coalizão lançou cerca de 2.500 "bombas, mísseis, obuses, ou mísseis teleguiados", relatou o porta-voz militar.
De acordo com estimativas americanas, há entre 3.000 e 5.000 combatentes extremistas em Mossul, além de mais de 2.000 outros espalhados na periferia da cidade.
- ONU relata massacres -As Nações Unidas informaram nesta sexta-feira que ao menos 232 pessoas foram massacradas pelo EI durante a semana na região de Mossul, em meio ao espectro de um grande deslocamento de civis devido à ofensiva da coalizão.
Os assassinatos são apenas os últimos de uma série de atrocidades perpetradas pela organização extremista desde 2014, destacou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Alguns relatos dizem respeito a "execuções por fuzilamento na quarta-feira", 26 de outubro, de 232 pessoas, informou a porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, a jornalistas em Genebra.
Entre as vítimas havia "190 ex-oficiais da segurança iraquiana", acrescentou, observando que o número total de pessoas mortas pode ser maior.
A ofensiva lançada em 17 de outubro pelas forças de segurança iraquianas para retomar o controle do último grande reduto do EI no Iraque permitiu apertar o cerco sobre Mossul pelo norte, leste e sul, mas o número de pessoas fugindo da organização radical aumenta.
As organizações humanitárias organizavam nesta sexta-feira acampamentos para acomodar os civis em fuga.
"Constatamos um aumento enorme de civis em fuga nos últimos dias, e eles serão acomodados nos acampamentos", declarou à AFP Karl Schembri, conselheiro regional do Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC).
Segundo ele, a situação "é preocupante" porque as forças iraquianas ainda não entraram na cidade. Quando isso acontecer, "vamos assistir a um deslocamento em massa".
'Independência' curdaOs deslocados da guerra são apenas um dos muitos problemas que assombram o Iraque.
Outra questão importante é a relação entre Bagdá e a região autônoma curda, cujas forças Peshmergas desempenham um papel importante na guerra contra o EI, lutando contra os extremistas, mas também alargando o território sob seu controle para além de sua fronteira oficial.
Isso representaria um problema especialmente se o Curdistão pressionar para obter independência, uma questão que o primeiro-ministro da região disse que queria colocar sobre a mesa depois de retomar Mossul.
"Assim que Mossul for libertada, vamos nos reunir com nossos parceiros em Bagdá e discutir a nossa independência", disse Nechirvban Barzani ao jornal alemão Bild.
"Nós não somos árabes, somos nossa própria nação curda. (...) Em um determinado momento, haverá um referendo sobre a independência do Curdistão e vamos deixar o povo decidir", acrescentou.
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