Líbano elege presidente após dois anos de bloqueio institucional
Beirute, 31 Out 2016 (AFP) - O general na reserva e cristão maronita Michel Aoun, de 81 anos, é o novo presidente do Líbano, o que acaba com um vácuo institucional de dois anos e meio em razão das profundas divisões políticas relacionadas, principalmente, à guerra na Síria.
Ele foi eleito em segundo turno por 86 votos a favor, contra 36 em branco e 8 nulos, anunciou o presidente da Câmara de deputados, Nabih Berri.
No primeiro turno havia obtido 84 votos, mas precisava de dois terços dos 127 deputados para ser eleito, ou seja, 86.
O novo presidente foi empossado para um mandato de seis anos, não renovável, que exercerá a partir do palácio presidencial em Baabda, de onde foi expulso há 26 anos pelo exército sírio. É o terceiro general a ocupar a presidência do país.
Em 1988, o presidente Amine Gamayel, que deixou o cargo sem um sucessor, o nomeou como chefe de um governo militar e o instalou no palácio presidencial, onde passou dois anos.
"Juro diante de Deus que vou respeitar a Constituição e as leis e preservar a independência da nação libanesa e paz em suas terras", disse Aoun na presença dos deputados.
Sua eleição é o resultado de um compromisso alcançado entre as principais facções políticas, muitas vezes opostas em praticamente qualquer assunto.
Em seu discurso de posse, ressaltou a necessidade de proteger o seu país da guerra na Síria, enquanto seu principal aliado, o movimento xiita Hezbollah, luta há três anos no país vizinho ao lado das forças do regime de Bashar al-Assad.
"O Líbano conseguiu, até agora, escapar dos incêndios que consomem a região, e nossa prioridade é evitar qualquer possibilidade de que chapisque [no Líbano]. É necessário afastar o Líbano de conflitos regionais", disse ele.
O novo presidente também afirmou que o governo deve assegurar "um rápido retorno ao seu país dos deslocados sírios", dos quais existem mais de um milhão no Líbano.
Em um contexto de bloqueio institucional, o presidente ressaltou a necessidade de reformas econômicas e estabilidade política.
'Sonho cumprido'Em Jedidé, subúrbio leste da capital onde Michel Aoun vive, milhares de motoristas buzinavam de seus carros e simpatizantes carregavam seu retrato.
"Estou muito feliz, depois de 25 anos realizamos o sonho, não consigo acreditar", disse Gisèle Tamam, uma contadora de 33 anos.
Baixo e gordinho, Michel Aoun é elogiado por seus partidários e odiado por seus opositores.
Ele foi eleito graças ao apoio de dois dos seus adversários políticos, o líder cristão maronita das Forças Libanesas (FL), Samir Geagea, e o ex-primeiro-ministro muçulmano sunita Saad Hariri. Ambos são hostis ao Hezbollah e ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Parlamento do Líbano está dividido igualmente entre cristãos e muçulmanos. De acordo com o Pacto Nacional de 1943, o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro um muçulmano sunita e o presidente do Parlamento, xiita.
O presidente desempenha um papel de árbitro, mas suas prerrogativas foram severamente limitadas no final da guerra civil (1975-1990).
O Irã "felicitou" o povo libanês, e viu na eleição de Aoun "um passo importante para consolidar a democracia e garantir a estabilidade no Líbano".
"Vai ser um presidente para todos os libaneses, não só para o seu partido", declarou o ex-ministro das Telecomunicações Nicolas Sehnaui, simpatizante de Aoun.
Seus detratores, contudo, descrevem um homem colérico, capaz de realizar artimanhas políticas audazes.
Por outro lado, a eleição de Aoun deverá permitir que Hariri se torne o primeiro-ministro, cargo que ocupou entre 2009 e 2011.
bur-rh-lar/tgg/sk/jri/jvb/age/mr
Ele foi eleito em segundo turno por 86 votos a favor, contra 36 em branco e 8 nulos, anunciou o presidente da Câmara de deputados, Nabih Berri.
No primeiro turno havia obtido 84 votos, mas precisava de dois terços dos 127 deputados para ser eleito, ou seja, 86.
O novo presidente foi empossado para um mandato de seis anos, não renovável, que exercerá a partir do palácio presidencial em Baabda, de onde foi expulso há 26 anos pelo exército sírio. É o terceiro general a ocupar a presidência do país.
Em 1988, o presidente Amine Gamayel, que deixou o cargo sem um sucessor, o nomeou como chefe de um governo militar e o instalou no palácio presidencial, onde passou dois anos.
"Juro diante de Deus que vou respeitar a Constituição e as leis e preservar a independência da nação libanesa e paz em suas terras", disse Aoun na presença dos deputados.
Sua eleição é o resultado de um compromisso alcançado entre as principais facções políticas, muitas vezes opostas em praticamente qualquer assunto.
Em seu discurso de posse, ressaltou a necessidade de proteger o seu país da guerra na Síria, enquanto seu principal aliado, o movimento xiita Hezbollah, luta há três anos no país vizinho ao lado das forças do regime de Bashar al-Assad.
"O Líbano conseguiu, até agora, escapar dos incêndios que consomem a região, e nossa prioridade é evitar qualquer possibilidade de que chapisque [no Líbano]. É necessário afastar o Líbano de conflitos regionais", disse ele.
O novo presidente também afirmou que o governo deve assegurar "um rápido retorno ao seu país dos deslocados sírios", dos quais existem mais de um milhão no Líbano.
Em um contexto de bloqueio institucional, o presidente ressaltou a necessidade de reformas econômicas e estabilidade política.
'Sonho cumprido'Em Jedidé, subúrbio leste da capital onde Michel Aoun vive, milhares de motoristas buzinavam de seus carros e simpatizantes carregavam seu retrato.
"Estou muito feliz, depois de 25 anos realizamos o sonho, não consigo acreditar", disse Gisèle Tamam, uma contadora de 33 anos.
Baixo e gordinho, Michel Aoun é elogiado por seus partidários e odiado por seus opositores.
Ele foi eleito graças ao apoio de dois dos seus adversários políticos, o líder cristão maronita das Forças Libanesas (FL), Samir Geagea, e o ex-primeiro-ministro muçulmano sunita Saad Hariri. Ambos são hostis ao Hezbollah e ao presidente sírio, Bashar al-Assad.
O Parlamento do Líbano está dividido igualmente entre cristãos e muçulmanos. De acordo com o Pacto Nacional de 1943, o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro um muçulmano sunita e o presidente do Parlamento, xiita.
O presidente desempenha um papel de árbitro, mas suas prerrogativas foram severamente limitadas no final da guerra civil (1975-1990).
O Irã "felicitou" o povo libanês, e viu na eleição de Aoun "um passo importante para consolidar a democracia e garantir a estabilidade no Líbano".
"Vai ser um presidente para todos os libaneses, não só para o seu partido", declarou o ex-ministro das Telecomunicações Nicolas Sehnaui, simpatizante de Aoun.
Seus detratores, contudo, descrevem um homem colérico, capaz de realizar artimanhas políticas audazes.
Por outro lado, a eleição de Aoun deverá permitir que Hariri se torne o primeiro-ministro, cargo que ocupou entre 2009 e 2011.
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