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Tufão Nock-Ten deixa pelo menos quatro mortos nas Filipinas

26/12/2016 16h03

Ligao, Philippines, 26 dez 2016 (AFP) - Pelo menos quatro pessoas morreram e outras oito estão desaparecidas nesta segunda-feira nas Filipinas, em que o potente tufão Nock-Ten atingiu o arquipélago no dia de Natal, embora sem alcançar a capital.

A tempestade, que deve seu nome a um pássaro de Laos, tocou terra no domingo na província de Catanduanes (leste) acompanhado de ventos de 235 km/h, segundo a agência meteorológica filipina.

Um casal morreu durante a inundação e um idoso por causa do desmoronamento de uma parede, anunciou a televisão local Al Bichara, governador da província de Albay (leste), uma das zonas mais afetadas.

Outra pessoa morreu eletrocutada na província de Quezón (leste), informou a polícia.

Um ferry, ancorado na província costeira de Batangas afundou nesta segunda-feira e oito membros da tripulação foram dados por desaparecidos, segundo a guarda-costeira.

Mais de 383.000 pessoas foram retiradas de seus lares por medida de precaução, e 80 voos internos e internacionais anulados,informaram as autoridades nesta segunda-feira. Milhões de moradias ficaram sem eletricidade.

Esse tufão, muito tardio para a temporada, afetou consideravelmente as celebrações de Natal no arquipélago em que 80% da população é católica.

Nock-Ten parecia diminuir sua intensidade nesta segunda-feira à tarde com ventos de 180 km/h ao mar da China meridional, e por sua rota evitaria a cidade de Manila, segundo o responsável de meteorologia, Gener Quitlong.

A metrópole de 13 milhões de habitantes estava calma por ser dia seguinte do Natal, quando a maioria dos moradores fica em casa.

Os serviços de proteção civil haviam anunciado antes que a capital poderia ser afetada por "precipitações intensas, inundações e ventos fortes".

'Natal triste'A região de Bicol (leste) foi a mais duramente castigada neste domingo.

Essa zona pobre e essencialmente agrícola, onde vivem 5,5 milhões de pessoas, é frequentemente a primeira afetada pelos tufões que chegam ao arquipélago todos os anos.

Nesta segunda-feira, muitas ruas de Ligao, uma localidade de Bicol, ainda estavam debaixo de água, e muitas casas ficaram repletas de lama.

Erna Ángela Pintor, uma habitante de 20 anos, explicou que sua família e ela não dormiram com medo de que o temporal arrancasse o teto de sua casa, onde se refugiaram vizinhos cujas casas, localizadas mais abaixo, ficaram inundadas a uma altura de um metro.

"Em casa, a água subiu até o nível de nossos joelhos", disse à AFP. "Felizmente, a correnteza não era muito forte", continuou.

Em algumas localidades, os funcionários do governo incentivaram moradores a refugiar-se em abrigos, onde foi oferecido porco assado, preto tradicional de Natal nas Filipinas.

"Os funcionários da região de Bicol, em particular os implicados nos serviços de prevenção de catástrofes, trabalham 24 horas sobre 24, inclusive no dia de Natal, enquanto o tufão continua sendo uma ameaça para a região de Bicol", declarou em um comunicado Martin Andanar, porta-voz do presidente filipino, Rodrigo Duterte.

Em tempos normais, milhões de filipinos viajam todo ano ao interior do país para passar as festas natalinas em família. É raro que na época haja tufões, que costumam acontecer entre julho e outubro.

Os cientistas estimam que a violência dos temporais nesses últimos anos se deve às mudanças climáticas.

Em novembro de 2013, 7.350 pessoas morreram ou foram dadas por desaparecidas durante a passagem do supertufão Haiyan.

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