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Merkel comete 'erro catastrófico' com migrantes, diz Trump

Mike Segar/ Reuters
Imagem: Mike Segar/ Reuters

Em Londres

15/01/2017 22h08

A chanceler alemã, Angela Merkel, cometeu o que o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, chamou de "erro catastrófico", ao permitir que imigrantes em situação ilegal entrassem nesse país - de acordo com entrevista ao jornal britânico "The Times", neste domingo (15).

"Acho que ela cometeu um erro muito catastrófico, e (esse erro) foi o de pegar todos esses ilegais, sabe, pegar todas essas pessoas de qualquer lugar que elas tenham vindo", afirmou Trump, que disse ainda ter "grande respeito" pela chanceler.

Milhares de imigrantes entraram na Alemanha em 2015, graças à política de "portas abertas" de Merkel em meio ao aumento no fluxo migratório rumo à Europa causado pela guerra na Síria.

Na mesma entrevista, Trump saudou o Brexit como "uma grande coisa" e apoiou a conclusão rápida de um acordo comercial entre americanos e britânicos - "bom para ambos os lados".

"O Brexit vai acabar sendo uma grande coisa", declarou, referindo-se ao resultado da consulta popular de 23 de junho passado sobre a permanência, ou não, na União Europeia.

Sobre o acordo bilateral, prometeu que "vamos trabalhar muito duro para conseguir que seja feito rápido e feito de forma adequada" e confirmou que se encontrará com a primeira-ministra Theresa May, logo depois de sua posse, em 20 de janeiro.

Segundo ele, "outros países deixarão a UE", na esteira de Londres.

"Acho que as pessoas querem (...) sua própria identidade. Então, se você me pergunta (...) acho que outros (países) deixarão (o bloco)", comentou.

Em outro ponto sensível, Trump evocou a possibilidade de um acordo de redução de armas nucleares com Moscou em troca da suspensão das sanções impostas à Rússia.

"Há sanções contra a Rússia. Vamos ver se conseguimos fazer bons acordos com a Rússia. Acho que o armamento nuclear deve ser reduzido sensivelmente. Isso faria parte dos mesmos", disse Trump ao Times.

"As sanções fazem muito mal à Rússia, mas eu acho que se pode fazer alguma coisa que será benéfica para muitas pessoas", completou o republicano, que não esconde sua admiração pelo presidente russo, Vladimir Putin.

'Otan está obsoleta'

Em outra entrevista divulgada neste domingo, desta vez ao jornal alemão Bild, Donald Trump chamou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de "obsoleta", voltando a criticar seus Estados-membros de não pagarem sua parte da defesa comum e de se acomodarem às custas dos EUA.

"A Otan tem problemas. Ela está obsoleta, porque, em primeiro lugar, foi concebida há muitos e muitos anos", declarou Trump, reclamando que "não se incomodam com terrorismo".

"Deveríamos proteger esses países, mas muitos deles não pagam o que deveriam", retomando uma crítica constante em sua campanha.

"Apenas cinco países pagam o que devem. Cinco não é muito", insistiu.

"É muito injusto com os Estados Unidos", reclamou, afirmando que, mesmo assim, a organização permanece "muito importante".

Os Estados Unidos contribuem sozinhos com cerca de 70% das despesas militares da Otan, uma organização fundada em 1949 para conter a então União Soviética e o bloco do Leste Europeu. A Aliança Atlântica conta hoje com 28 membros, incluindo um grande número de países da esfera de influência soviética.