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Europa tem destino nas mãos, diz Merkel após críticas de Trump

Montagem mostra a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente eleito dos EUA Donald Trump - Odd Andersen e Joshua Lott/ AFP
Montagem mostra a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente eleito dos EUA Donald Trump Imagem: Odd Andersen e Joshua Lott/ AFP

Em Berlim

16/01/2017 12h43

Os europeus têm seu destino em suas próprias mãos, disse nesta segunda-feira (16) a chanceler alemã, Angela Merkel, em resposta às críticas do presidente eleito americano, Donald Trump.

"Penso que nós europeus temos nosso destino em nossas próprias mãos. Vou continuar me comprometendo para que os 27 Estados membros trabalhem juntos olhando para o futuro", declarou ao ser questionada sobre o apoio de Trump à saída do Reino Unido do bloco e a sua especulação de que outros países seguirão o mesmo caminho.

Em uma entrevista aos jornais alemão Bild e britânico The Times, o presidente eleito, que assumirá o cargo na sexta-feira, classificou a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de "obsoleta" e denunciou uma política de acolhimento migratória "catastrófica" por parte da chanceler alemã.

Merkel, cujo país acolheu mais de um milhão de solicitantes de asilo desde 2015, não quis responder em particular a estas críticas, julgando que as opiniões apresentadas por Trump já eram conhecidas.

"Minhas posições sobre as questões transatlânticas são conhecidas. O presidente eleito expôs mais uma vez as suas. E, quando exercer - ainda não é o caso -, trabalharemos naturalmente com o novo governo americano e veremos quais acordos encontraremos", disse.

"Quero separar (a questão do terrorismo) da questão dos refugiados (...) no que diz respeito à guerra na Síria", acrescentou Merkel, afirmando que "a maioria dos sírios" fugiram "da guerra civil, dos combates contra (o regime do presidente Bashar) al Assad e da repressão de Assad", acrescentou Merkel.

Na entrevista publicada na noite de domingo, Trump havia declarado que as consequências da acolhida de solicitantes de asilo na Alemanha foram sentidas recentemente, em alusão ao atentado com um caminhão contra um mercado de Natal em Berlim em 19 de dezembro, que deixou 12 mortos e foi reivindicado pela organização terrorista Estado Islâmico.