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Negociações em Astana sobre Síria perto de 'declaração final'

24/01/2017 07h28

Astana, Cazaquistão, 24 Jan 2017 (AFP) - O governo e os rebeldes sírios estão próximos de adotar uma "declaração final" ao término de dois dias de negociações em Astana, capital do Cazaquistão, declarou nesta terça-feira Staffan de Mistura, o enviado especial da ONU para a Síria.

"Estamos próximos de uma declaração final. Há discussões muito intensas, já que não se trata de um simples documento, e sim de um cessar-fogo, há vidas sírias em jogo", declarou Staffan de Mistura.

Previamente, um porta-voz rebelde, Yehya al Aridi, havia dito que os patrocinadores - Turquia, que apoia os insurgentes, e Rússia e Irã, aliados do governo sírio - iriam publicar uma "declaração geral" que "não estava destinada a ser assinada pelas partes".

O governo sírio e os rebeldes começaram nesta terça-feira um segundo dia de negociações indiretas em Astana para tentar consolidar o cessar-fogo na Síria.

Na véspera, o primeiro dia de negociações terminou sem resultados tangíveis ou anúncios, apesar da vontade de avançar rumo à paz.

"Se as coisas transcorrerem como estava previsto, hoje será o último dia" de negociações em Astana, disse à AFP o porta-voz rebelde Yehya al Aridi, acrescentando que "provavelmente" não haverá uma reunião cara a cara com a delegação do governo.

Os chefes rebeldes se reunirão, por sua vez, com os delegados turcos e russos, mas não com os iranianos, declarou Al Aridi.

Na segunda-feira, pouco antes do início das negociações, os rebeldes anunciaram que não negociariam diretamente com o governo sírio devido aos combates que eram registrados em várias zonas da Síria, em particular em Wadi Barada, chave para o abastecimento de água de Damasco.

O chefe da delegação rebelde, Mohammad Alluche, insistiu em "congelar as operações militares" e melhorar o acesso da população civil à ajuda humanitária.

Por sua vez, o chefe da delegação governamental, Bashar Jaafari, pediu a criação de um "processo político" e que os rebeldes se somem à luta contra os extremistas.

Desde o início do conflito, em 2011, mais de 310.000 pessoas morreram na Síria e mais da metade da população foi deslocada.

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