Sob efeito Trump, Israel aprova construção de 2.500 residências na Cisjordânia
Jerusalém, 24 Jan 2017 (AFP) - Israel aprovou nesta terça-feira (24) a construção de 2.500 residências na Cisjordânia ocupada, o maior anúncio deste tipo em anos, aproveitando a situação mais favorável em Washington após a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, decidiram aprovar a construção de 2.500 unidades habitacionais "para atender as necessidades de moradia e da vida cotidiana", anunciou um porta-voz do Ministério da Defesa, quatro dias depois da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Trata-se da segunda decisão israelense sobre a colonização em apenas dois dias, após a autorização, por parte da cidade de Jerusalém, da construção de 566 residências nos bairros de colonos de Jerusalém Oriental, parte majoritariamente palestina que foi ocupada e anexada por Israel.
Este anúncio reflete a vontade claramente afirmada pelo governo israelense de aproveitar a nova situação criada após a chegada de Trump à Casa Branca, depois de oito anos de oposição de Obama à colonização.
"Estamos construindo e vamos continuar construindo", afirmou Netanyahu em sua conta no Twitter.
O governo palestino condenou este novo anúncio. "A comunidade internacional deve exigir imediatamente que Israel preste contas", disse à AFP Saeb Erakat, da Organização para Libertação da Palestina (OLP).
Para ele, Israel se sente estimulado "pelo que considera um apoio do presidente americano Donald Trump".
Netanyahu afirmou na segunda-feira (23) que a situação havia mudado desde a posse de Trump. Depois de oito anos de "pressões enormes" sobre os temas de Irã e das colônias, "estamos diante de uma grande oportunidade para a segurança e o futuro do Estado de Israel", assinalou.
Diferentemente do governo democrata, até o momento a administração de Trump não condenou o anúncio israelense.
Interrogado durante um encontro com a imprensa, Sean Spicer, porta-voz de Trump, esquivou-se do tema ao declarar que "Israel segue sendo um aliado muito importante dos Estados Unidos".
O governo de Barack Obama condenava sistematicamente estas iniciativas de Israel, destacando que iam na contramão da busca de uma solução para o conflito palestino-israelense.
As colônias são ilegais para a comunidade internacional e, para uma grande parte de seus membros, são um grave obstáculo no processo de paz entre israelenses e palestinos.
- ONU denuncia ações unilaterais -As Nações Unidas (ONU) denunciaram a iniciativa de Israel para acelerar a colonização e destacaram que estas "ações unilaterais" bloqueiam uma solução de dois Estados.
"Para o secretário-geral (Antônio Guterres) não há alternativa a uma solução de dois Estados", declarou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.
"Toda decisão unilateral que possa obstruir o objetivo de dois Estados preocupa o secretário-geral".
Dujarric reafirmou que a postura das Nações Unidas sobre a construção de residências israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental "não mudou". "E incluímos as decisões unilaterais".
"As duas partes devem se comprometer com uma negociação de boa fé para atingir o objetivo de dois estados - Israel e Palestina - para dois povos".
O ministro da Defesa, Avigdor Lieberman, e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, decidiram aprovar a construção de 2.500 unidades habitacionais "para atender as necessidades de moradia e da vida cotidiana", anunciou um porta-voz do Ministério da Defesa, quatro dias depois da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
Trata-se da segunda decisão israelense sobre a colonização em apenas dois dias, após a autorização, por parte da cidade de Jerusalém, da construção de 566 residências nos bairros de colonos de Jerusalém Oriental, parte majoritariamente palestina que foi ocupada e anexada por Israel.
Este anúncio reflete a vontade claramente afirmada pelo governo israelense de aproveitar a nova situação criada após a chegada de Trump à Casa Branca, depois de oito anos de oposição de Obama à colonização.
"Estamos construindo e vamos continuar construindo", afirmou Netanyahu em sua conta no Twitter.
O governo palestino condenou este novo anúncio. "A comunidade internacional deve exigir imediatamente que Israel preste contas", disse à AFP Saeb Erakat, da Organização para Libertação da Palestina (OLP).
Para ele, Israel se sente estimulado "pelo que considera um apoio do presidente americano Donald Trump".
Netanyahu afirmou na segunda-feira (23) que a situação havia mudado desde a posse de Trump. Depois de oito anos de "pressões enormes" sobre os temas de Irã e das colônias, "estamos diante de uma grande oportunidade para a segurança e o futuro do Estado de Israel", assinalou.
Diferentemente do governo democrata, até o momento a administração de Trump não condenou o anúncio israelense.
Interrogado durante um encontro com a imprensa, Sean Spicer, porta-voz de Trump, esquivou-se do tema ao declarar que "Israel segue sendo um aliado muito importante dos Estados Unidos".
O governo de Barack Obama condenava sistematicamente estas iniciativas de Israel, destacando que iam na contramão da busca de uma solução para o conflito palestino-israelense.
As colônias são ilegais para a comunidade internacional e, para uma grande parte de seus membros, são um grave obstáculo no processo de paz entre israelenses e palestinos.
- ONU denuncia ações unilaterais -As Nações Unidas (ONU) denunciaram a iniciativa de Israel para acelerar a colonização e destacaram que estas "ações unilaterais" bloqueiam uma solução de dois Estados.
"Para o secretário-geral (Antônio Guterres) não há alternativa a uma solução de dois Estados", declarou o porta-voz da ONU Stéphane Dujarric.
"Toda decisão unilateral que possa obstruir o objetivo de dois Estados preocupa o secretário-geral".
Dujarric reafirmou que a postura das Nações Unidas sobre a construção de residências israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental "não mudou". "E incluímos as decisões unilaterais".
"As duas partes devem se comprometer com uma negociação de boa fé para atingir o objetivo de dois estados - Israel e Palestina - para dois povos".
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