Acusados do 11/9 aguardam julgamento em Guantánamo
Base Naval da Baía de Guantánamo, Cuba, 25 Jan 2017 (AFP) - Eles passaram sete anos presos durante a Presidência de George W. Bush e outros oito sob o governo de Barack Obama. Em suas celas, na base naval de Guantánamo, cinco acusados pelos ataques de 11 de setembro de 2001 esperam, sem serem julgados.
Os cinco acusados - entre eles Khalid Sheikh Mohamed (JSM), considerado o mentor dos atentados - enfrentam a Justiça militar americana em Guantánamo (Cuba), nesta quarta-feira (25), para uma nova série de audiências no âmbito dos preparativos para o julgamento.
Essa odisseia legal desperta certo interesse após a chegada de Donald Trump ao poder. O republicano disse que não hesitaria em enviar presos para Guantánamo e que não via inconvenientes em que fossem julgados.
Ninguém pode prever, porém, a data do julgamento desses acusados, no que se tornou um dos procedimentos mais complexos da história judicial americana.
"Estamos mais determinados do que nunca a apresentar essas pessoas à Justiça e vamos fazê-lo, qualquer que seja o tempo que leve", declarou o general Mark Martins, que dirige a equipe da Procuradoria, na véspera das audiências.
O general avalia que o júri que decidirá o destino dos cinco homens pode começar a ser selecionado em pouco mais de um ano, em março de 2018.
A defesa dos acusados considera 2020 uma data mais realista. Os cinco estão detidos há 15 anos, foram acusados há nove e podem ser condenados à morte.
O processo avança a passo de tartaruga, como mostra o programa de audiências da semana, que possivelmente será impugnado nesta quarta.
O juiz militar responsável, coronel James Pohl, deverá determinar se as audiências podem ser realizadas na ausência de Cheryl Bormann, a principal advogada do iemenita Walid bin Attash, que fraturou o braço e não pôde viajar a Guantánamo esta semana.
A acusação quer que Walid bin Attash renuncie excepcionalmente à presença de sua advogada para essa série de audiências, mas os defensores dos outros acusados temem que isso crie um precedente.
Se o iemenita se negar, o depoimento de um octogenário que perdeu seu filho, sua nora e sua neta em um dos voos poderia ser adiado para uma nova sessão, atrasando ainda mais um processo já moribundo.
O processo judicial contra os acusados é ainda mais complicado se se levar em conta que os prisioneiros passaram por algumas prisões secretas da CIA, e alguns foram submetidos a "procedimentos de interrogatório exagerados". A expressão é um eufemismo para tortura.
Defesa enfurecidaÉ o caso de JSM, detido no Paquistão em 2003, submetido a várias sessões de simulação de afogamento e sessões de "reidratação retal" sem justificativa médica antes de ser transferido para Guantánamo em 2006.
Certos elementos da acusação, coletados pela CIA, continuam sob sigilo no informe do governo americano sobre a tortura.
Os advogados de defesa estão furiosos por não terem acesso a esse relatório e a todos os elementos de acusação dos quais o governo dispõem.
"Não sabemos o que não sabemos. Esse é o problema", resumiu Walter Ruiz, advogado do saudita Mustafah al-Hawsawi.
Ainda restam 41 detidos em Guantánamo, entre os quais os cinco acusados. O presidente Barack Obama não conseguiu fechar o campo de prisioneiros como prometeu e teve de se conformar com reduzir o número de ocupantes. Eram 242 quando chegou ao poder em 2009.
Durante sua campanha, Donald Trump mostrou o desejo de voltar a encher o campo de prisioneiros com "caras maus".
Disse ainda que vai restabelecer a tortura, fazendo mais "simulações de afogamento", embora desde então pareça ter mudado de opinião, sob a influência de seu secretário de Defesa, general da reserva James Mattis, conhecido como "Mad Dog" (Cachorro Louco).
Além de JSM, Mustafah al-Hawsawi e Walid bin Attash, os acusados do 11 de Setembro são o iemenita Ramzi ben al-Chaiba e o sobrinho de JSM, Ammar al-Baluchi, também conhecido como Ali Abd al-Aziz Ali, de origem paquistanesa como seu tio.
Os cinco acusados - entre eles Khalid Sheikh Mohamed (JSM), considerado o mentor dos atentados - enfrentam a Justiça militar americana em Guantánamo (Cuba), nesta quarta-feira (25), para uma nova série de audiências no âmbito dos preparativos para o julgamento.
Essa odisseia legal desperta certo interesse após a chegada de Donald Trump ao poder. O republicano disse que não hesitaria em enviar presos para Guantánamo e que não via inconvenientes em que fossem julgados.
Ninguém pode prever, porém, a data do julgamento desses acusados, no que se tornou um dos procedimentos mais complexos da história judicial americana.
"Estamos mais determinados do que nunca a apresentar essas pessoas à Justiça e vamos fazê-lo, qualquer que seja o tempo que leve", declarou o general Mark Martins, que dirige a equipe da Procuradoria, na véspera das audiências.
O general avalia que o júri que decidirá o destino dos cinco homens pode começar a ser selecionado em pouco mais de um ano, em março de 2018.
A defesa dos acusados considera 2020 uma data mais realista. Os cinco estão detidos há 15 anos, foram acusados há nove e podem ser condenados à morte.
O processo avança a passo de tartaruga, como mostra o programa de audiências da semana, que possivelmente será impugnado nesta quarta.
O juiz militar responsável, coronel James Pohl, deverá determinar se as audiências podem ser realizadas na ausência de Cheryl Bormann, a principal advogada do iemenita Walid bin Attash, que fraturou o braço e não pôde viajar a Guantánamo esta semana.
A acusação quer que Walid bin Attash renuncie excepcionalmente à presença de sua advogada para essa série de audiências, mas os defensores dos outros acusados temem que isso crie um precedente.
Se o iemenita se negar, o depoimento de um octogenário que perdeu seu filho, sua nora e sua neta em um dos voos poderia ser adiado para uma nova sessão, atrasando ainda mais um processo já moribundo.
O processo judicial contra os acusados é ainda mais complicado se se levar em conta que os prisioneiros passaram por algumas prisões secretas da CIA, e alguns foram submetidos a "procedimentos de interrogatório exagerados". A expressão é um eufemismo para tortura.
Defesa enfurecidaÉ o caso de JSM, detido no Paquistão em 2003, submetido a várias sessões de simulação de afogamento e sessões de "reidratação retal" sem justificativa médica antes de ser transferido para Guantánamo em 2006.
Certos elementos da acusação, coletados pela CIA, continuam sob sigilo no informe do governo americano sobre a tortura.
Os advogados de defesa estão furiosos por não terem acesso a esse relatório e a todos os elementos de acusação dos quais o governo dispõem.
"Não sabemos o que não sabemos. Esse é o problema", resumiu Walter Ruiz, advogado do saudita Mustafah al-Hawsawi.
Ainda restam 41 detidos em Guantánamo, entre os quais os cinco acusados. O presidente Barack Obama não conseguiu fechar o campo de prisioneiros como prometeu e teve de se conformar com reduzir o número de ocupantes. Eram 242 quando chegou ao poder em 2009.
Durante sua campanha, Donald Trump mostrou o desejo de voltar a encher o campo de prisioneiros com "caras maus".
Disse ainda que vai restabelecer a tortura, fazendo mais "simulações de afogamento", embora desde então pareça ter mudado de opinião, sob a influência de seu secretário de Defesa, general da reserva James Mattis, conhecido como "Mad Dog" (Cachorro Louco).
Além de JSM, Mustafah al-Hawsawi e Walid bin Attash, os acusados do 11 de Setembro são o iemenita Ramzi ben al-Chaiba e o sobrinho de JSM, Ammar al-Baluchi, também conhecido como Ali Abd al-Aziz Ali, de origem paquistanesa como seu tio.
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