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Entenda os 50 anos de polêmicas em torno das colônias israelenses

25/01/2017 12h09

Jerusalém, 25 Jan 2017 (AFP) - A colonização por Israel da Cisjordânia ocupada e de Jerusalém Oriental anexada provoca polêmicas há quase 50 anos.

O que são os assentamentos?São aldeias, vilas e cidades construídas nos territórios conquistados por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967 e habitados por civis israelenses.

Israel começou a construir uma rede de assentamentos em toda a Cisjordânia ocupada a partir da década de 1970 e continuou a expandir após os Acordos de Oslo de 1995, que dividiu o território em áreas israelenses e palestinas.

Atualmente cerca de 430.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia ocupada, ao lado de 2,6 milhões de palestinos.

Mais de 200.000 israelenses vivem em bairros de colonização juntamente com, pelo menos, 300.000 palestinos em Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade santa que Israel ocupou em 1967 e anexou em 1980.

Os palestinos querem fazer de Jerusalém Oriental a capital do Estado a que aspiram.

Cerca de 30.000 colonos israelenses também vivem na parte das Colinas de Golã que Israel conquistou à custa da Síria em 1967.

Israel retirou-se em 2005 da Faixa de Gaza e desmantelou seus assentamentos na zona.

Qual é o status jurídico?As Nações Unidas e a grande maioria da comunidade internacional considera ilegais todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental.

Por sua vez, Israel distingue juridicamente as colônias que obtiveram todas as autorizações necessárias das autoridades e aquelas que ainda não conseguiram a luz verde do governo, qualificadas de postos avançados ou colônias selvagens.

Quem são os colonos?Muitos colonos israelenses se instalaram na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental em busca de habitações mais baratas do que aquelas encontradas em território israelense.

O governo os encoraja a se instalar em colônias que rapidamente se transformar em verdadeiras cidades, como é o caso de Ariel, Maale Adoumim ou os assentamentos destinados aos judeus ultra-ortodoxos, tais como Beitar Ilit e Modiin Ilit.

Para muitos judeus nacionalistas religiosos viver nas terras bíblicas da Judéia e Samaria (nome dado pelos israelenses à Cisjordânia) é o cumprimento de uma promessa divina.

Centenas deles e viver perto do Túmulo dos Patriarcas em Hebron, um local sagrado para judeus e muçulmanos e um dos lugares onde a violência é mais latente entre israelenses e palestinos.

Como os palestinos enxergam as colônias?Os palestinos consideram os assentamentos israelenses como um crime de guerra e um grande obstáculo para a paz.

Eles querem que os israelenses se retirem de todas as terras que ocuparam desde a guerra de 1967 e desmantelem todos os assentamentos, embora aceitem o princípio de pequenas trocas territoriais limitadas iguais em tamanho e valor.

Por sua parte, Israel exclui um retorno completo às fronteiras de 1967, mas diz estar disposto a se retirar de certas partes da Cisjordânia, desde que anexando os maiores blocos de assentamentos, onde vivem a grande maioria dos colonos.

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