Esposa de Fillon, candidato da direita francesa, acusada de ocupar cargo fantasma
Paris, 25 Jan 2017 (AFP) - O candidato presidencial da direita francesa, François Fillon, se viu envolvido nesta quarta-feira em uma polêmica depois que um jornal o acusou de dar um emprego fantasma a sua esposa como assessora parlamentar quando era deputado.
O jornal Le Canard Enchaîné, que mistura sátira com jornalismo investigativo, assegura que quando François Fillon foi deputado, sua esposa Penélope recebeu pagamentos de seu marido de um fundo destinado às assessorias.
A esposa do candidato da direita francesa para as eleições presidenciais de 2017, que sempre se apresentou como uma dona de casa, recebeu do marido como suposta assessora cerca de "500.000 euros" (538.000 dólares) ao longo de vários anos, de acordo com o semanário satírico.
Nos termos da lei francesa, a contratação de um familiar que não é proibida, desde que a pessoa desempenhe funções efetivas, mas o Canard Enchaîné afirma que não havia registros de atividades da esposa do candidato, nem de sua presença na Assembleia Nacional.
Os deputados franceses dispõem de um montante mensal (9.561 euros em 2016) para remunerar o trabalho real de até cinco colaboradores, mesmo familiares, lembra o veículo.
- Depreciativo e misógino - "Foi aberta a estação da campanha suja", lamentou Fillon nesta quarta-feira, em reação a estas acusações do Canard Enchaîné, que considerou depreciativo e misógino.
"Quero dizer que estou escandalizado com o desprezo e a misoginia deste artigo", acrescentou.
"Porque ela é minha esposa não tinha o direito de trabalhar? Imaginem por um momento que um político diz que uma mulher, como afirma este artigo, só sabe cozinhar. Todas as feministas se rebelariam!", ressaltou.
Essas alegações chegam em um momento muito ruim para o ex-ministro conservador do presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012), considerado o favorito segundo as pesquisas para vencer a eleição presidencial no segundo turno contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen.
Fillon defende um programa econômico considerado muito duro por seus adversários, e defende a supressão de centenas de milhares de postos de trabalho no serviço público.
Prática habitual Thierry Solère, porta-voz do candidato, declarou à AFP que efetivamente Penelope Fillon "foi colaboradora de François Fillon".
"É comum que os cônjuges sejam colaboradores", afirmou.
Esta prática é, de fato, legal e comum na França: em 2014, pelo menos 20% dos parlamentares contavam com um membro da família entre seus assessores, de acordo com um estudo da imprensa, mas com a condição de que não fosse um emprego fantasma.
A prática também é comum na Grã-Bretanha, mas na Alemanha é proibido remunerar familiares. No Parlamento Europeu, esta prática foi proibida desde 2009.
A revelação sobre Fillon ecoou nas redes sociais e em pouco tempo a hastag #PenelopeGate invadiu o Twitter.
O Canard Enchainéo indicou, citando as folhas de pagamento, que Penelope tinha recebido pagamentos entre 1998 e 2002 como assistente parlamentar.
Entre 2002 e 2007, quando Fillon assumiu o cargo de ministro no governo do presidente Jacques Chirac, Penelope continuou contratada por seu suplente, Marc Joulaud, com honorários que giravam em torno de 6.900 e 7.900 euros por mês.
Uma colaboradora de Joulaud entrevistada pelo semanário disse que "nunca" trabalhou com Penelope.
"Eu nunca trabalhei com ela, não tenho nenhuma informação sobre o assunto e só a conhecia como esposa do ministro", garantiu.
O Canard relatou que a mulher voltou a receber "por ao menos seis meses" em 2012, quando Fillon voltou a trabalhar como deputado.
"No total, Penelope teria recebido cerca de 500.000 euros de fundos parlamentares", estimou o veículo.
dec-adp/gd/mtp/an-me.
O jornal Le Canard Enchaîné, que mistura sátira com jornalismo investigativo, assegura que quando François Fillon foi deputado, sua esposa Penélope recebeu pagamentos de seu marido de um fundo destinado às assessorias.
A esposa do candidato da direita francesa para as eleições presidenciais de 2017, que sempre se apresentou como uma dona de casa, recebeu do marido como suposta assessora cerca de "500.000 euros" (538.000 dólares) ao longo de vários anos, de acordo com o semanário satírico.
Nos termos da lei francesa, a contratação de um familiar que não é proibida, desde que a pessoa desempenhe funções efetivas, mas o Canard Enchaîné afirma que não havia registros de atividades da esposa do candidato, nem de sua presença na Assembleia Nacional.
Os deputados franceses dispõem de um montante mensal (9.561 euros em 2016) para remunerar o trabalho real de até cinco colaboradores, mesmo familiares, lembra o veículo.
- Depreciativo e misógino - "Foi aberta a estação da campanha suja", lamentou Fillon nesta quarta-feira, em reação a estas acusações do Canard Enchaîné, que considerou depreciativo e misógino.
"Quero dizer que estou escandalizado com o desprezo e a misoginia deste artigo", acrescentou.
"Porque ela é minha esposa não tinha o direito de trabalhar? Imaginem por um momento que um político diz que uma mulher, como afirma este artigo, só sabe cozinhar. Todas as feministas se rebelariam!", ressaltou.
Essas alegações chegam em um momento muito ruim para o ex-ministro conservador do presidente Nicolas Sarkozy (2007-2012), considerado o favorito segundo as pesquisas para vencer a eleição presidencial no segundo turno contra a candidata da extrema-direita Marine Le Pen.
Fillon defende um programa econômico considerado muito duro por seus adversários, e defende a supressão de centenas de milhares de postos de trabalho no serviço público.
Prática habitual Thierry Solère, porta-voz do candidato, declarou à AFP que efetivamente Penelope Fillon "foi colaboradora de François Fillon".
"É comum que os cônjuges sejam colaboradores", afirmou.
Esta prática é, de fato, legal e comum na França: em 2014, pelo menos 20% dos parlamentares contavam com um membro da família entre seus assessores, de acordo com um estudo da imprensa, mas com a condição de que não fosse um emprego fantasma.
A prática também é comum na Grã-Bretanha, mas na Alemanha é proibido remunerar familiares. No Parlamento Europeu, esta prática foi proibida desde 2009.
A revelação sobre Fillon ecoou nas redes sociais e em pouco tempo a hastag #PenelopeGate invadiu o Twitter.
O Canard Enchainéo indicou, citando as folhas de pagamento, que Penelope tinha recebido pagamentos entre 1998 e 2002 como assistente parlamentar.
Entre 2002 e 2007, quando Fillon assumiu o cargo de ministro no governo do presidente Jacques Chirac, Penelope continuou contratada por seu suplente, Marc Joulaud, com honorários que giravam em torno de 6.900 e 7.900 euros por mês.
Uma colaboradora de Joulaud entrevistada pelo semanário disse que "nunca" trabalhou com Penelope.
"Eu nunca trabalhei com ela, não tenho nenhuma informação sobre o assunto e só a conhecia como esposa do ministro", garantiu.
O Canard relatou que a mulher voltou a receber "por ao menos seis meses" em 2012, quando Fillon voltou a trabalhar como deputado.
"No total, Penelope teria recebido cerca de 500.000 euros de fundos parlamentares", estimou o veículo.
dec-adp/gd/mtp/an-me.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.